
Katia Vega. Foto: divulgação.
Uma aluna de doutorado do Departamento de Informática do Centro Técnico Científico da PUC-Rio conquistou reconhecimento internacional ao criar uma espécie de maquiagem condutiva, capaz de comandar computadores através do piscar dos olhos.
A peruana Katia Vega, de 29, desenvolveu este projeto baseado no conceito de "Computação Vestível". Através de sua criação, ao piscar o olho direito, foi possível fazer um objeto se movimentar, e ao piscar o esquerdo, as imagens de um projetor eram trocadas.
Com a inovação, Vega foi premiada no TEI Design Challenge, realizado em fevereiro em Barcelona. A nova tecnologia ficou em primeiro lugar na categoria "Superheroes", rendendo à doutoranda um prêmio de mil euros.
Para fazer a nova tecnologia, Katia usou cílios falsos, tratando-os quimicamente e usando microcondutores de rádio. Para a apresentação, a aluna usou até uma fantasia especial, se caracterizando como uma superheroína.
“Usei prata, níquel preto e outros elementos químicos, para que os cílios parecessem pretos e naturais, e eles tinham um rádio que enviava sinais digitais a cada piscada para outro rádio: o controle remoto escondido no bolso da fantasia", revela.
COMPUTAÇÃO VESTÍVEL
A doutoranda está desenvolvendo um projeto há quatro anos com seu orientador Hugo Fuks, da PUC-Rio, intitulado “Beauty Technology”, uma aplicação de Computação Vestível, em que forma e comportamento observável são prototipados juntos.
Na fase atual da pesquisa, o objetivo é investigar protótipos cosméticos, como maquiagem, cílios e unhas, que, através de componentes eletrônicos, propiciem a interação das pessoas com os objetos do ambiente.
Algumas empresas já demonstraram interesse no projeto, mas ainda de forma embrionária.
A pesquisa de Katia Vega é embasada na teoria de Loops, mecanismo repetido pelo qual a informação transforma-se em ação.
Para o professor Hugo Fuks, os objetos estarão, em um futuro próximo, identificando as necessidades do homem e os auxiliando de forma automática. Segundo ele, tudo em nossa volta terá sensores objetivando a percepção.
“Os objetos irão pressentir nossas vontades e necessidades e se adequarão ao que precisamos”, explica.
A tecnologia utilizada pela aluna está em alta entre pesquisadores de todo mundo, com empresas como Google e Apple investindo pesado na área.
O Google, por exemplo, está chamando a atenção para sua tecnologia "vestível", o Google Glass, que deve chegar às ruas ainda neste ano.
Os óculos de realidade aumentada, que sairão pelo preço estimado de US$ 1,5 mil, permitirão o uso de comandos de voz para aplicativos e ações como ler e escrever e-mails, compartilhar arquivos, entre outras funções.