
A gaúcha Technotag está apostando no pré-sal para triplicar seu faturamento em 2012.
Empresa especializada em comissionamento com RFID, a empresa é uma das únicas que podem fornecer os chips para controle de materiais à Petrobras, estatal que assume a exploração do pré-sal.
"Queremos aumentar a nossa equipe, hoje de 25 pessoas, com mais gente em TI e no campo", diz Lucas Sperotto, CEO da Technotag.
Tudo isso devido à importância do comissionamento.
O quê?
"Comissionamento corresponde a todas as fases que uma construção tem para que uma planta chegue ao processo de funcionamento", começa a explicar Sperotto.
Na prática, materiais utilizados para construir uma plataforma de petróleo - canos, dutos, estruturas metálicas - recebem uma etiqueta com de identificação por rádio frequência no momento em que entram no local de armazenamento.
Um formulário com as informações de cada peça é preenchido.
Munidos de PDAs, os profissionais de campo têm o, a cada momento, a dados como estado das peças e o estágio de preparação para uso na obra em que ela se encontra.
"Tudo isso chega em tempo real para o gestor", explica Sperotto.
A própria Tecnotag coloca as etiquetas em cada produto e ajuda os clientes nos os iniciais do uso do sistema.
Vagão chipado
Segundo Sperotto, o setor ferroviário é um forte candidato à usar a tecnologia.
"Eu posso etiquetar cada engrenagem, eixo ou roda de um vagão, trazer ele para um galpão e fazer a leitura dos dados de cada um desses coponentes, como tempo de uso e cálculo de desgaste, apenas com antenas. É muito mais rápido do que ter que localizar peça por peça, número por número, e então olhar num papel", opina.
Força em óleo e gás
Além do petróleo e gás, e o ferroviário, o setor calçadista, diz Sperotto, poderá se beneficiar. Antes de engraxar os sapatos, no entanto, a Tecnotag segue se sujando de óleo, e com satisfação.
EBSE, Consórcio Ipojuca e UTC Engenharia estão na carteira de clientes.
"Muitos deles prestam serviços para a Petrobras", explica Sperotto.
Com sede no Tecnopuc, a empresa opera desde 2006 com seu pacote completo de soluções. Ela também oferece serviços de comissionamento com módulos de SaaS.
Geralmente, os processos são de quatro meses, para a instalação e 50 mil tags, mas a empresa tem capacidade para até um milhão de tags.
Hoje, a empresa desenvolve o encapsulamento de transponder. Uma equipe de P&D desenvolve as unidades de encapsulamento. A parceira no fornecimento do transponder é a Valid.
"Já tivemos transponders encapsulados e instalados para operar no fundo do mar, a 3 mil metros de profundidade", conta Sperotto.
Pré-sal para o Sul
No Brasil, uma das áreas mais prósperas com a descoberta da camada pré-sal está entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina.
O impacto econômico do pré-sal na região, contudo, é mais amplo, e estende-se ao Rio Grande do Sul.
Os US$ 55 bilhões que a Petrobras investirá no pré-sal até 2015 abrem a oportunidade para a indústria da região tornar-se fornecedora dos 350 mil itens que a cadeia petrolífera demandará.
Além de estaleiros na cidade de Rio Grande, no litoral gaúcho, empresas de automação como a Altus, com sede em São Leopoldo, fechou contratos da ordem de R$ 120 milhões, envolvendo plataformas.