
Uma cifra errada pode fazer muita diferença. Foto: Depositphotos.
Um erro de digitação num relatório trimestral da Stone pode ter contribuído para a queda das ações da empresa na Bolsa de Valores nesta quinta-feira, 17.
Segundo revela o site Brazil Journal, a versão inicial do relatório informava que o número total de ações da empresa era de 341 milhões, umas quantas a mais que os 324 milhões do trimestre anterior.
Mais ações significam um lucro menor por ação menor, no caso de R$ 0,94 por papel, e não os R$ 0,98 que seriam o valor correto.
São só quatro centavos, mas eles fazem um mundo de diferença. O valor de R$ 0,94 seria 7% abaixo do previamente estimado pelo BTG.
Um resultado abaixo da previsão dos analistas significa frustração das expectativas dos investidores e queda no valor das ações.
No final das contas, as ações da Stone, uma das maiores empresas de processamento de pagamentos do país, acabaram caindo 8%.
Não dá para saber exatamente o peso do erro no relatório. No mesmo dia, a Adyen, uma das maiores empresas do setor no mundo, teve uma queda de 38% na bolsa de valores de Amsterdam, o que pode ter puxado a Stone para baixo também.
Dilemas mercadológicos à parte, o que chama atenção para alguém do setor de tecnologia é saber que uma informação chave em um relatório trimestral da Stone depende de digitação, um processo manual por excelência.
A quantidade de ações deve estar registrada em diferentes sistemas internos da Stone, de onde a informação poderia ser extraída.
É também um dado que está em todos os relatórios, então um mecanismo de checagem automática poderia disparar um alerta de divergência.
Pelo que parece, esses mecanismos não existem, ou, caso existam, não funcionam perfeitamente.