
É hora de agir. Foto: Pexels.
Um total de 672 CEOs, fundadores e integrantes de fundos de investimento de aparentemente todos os atores mais importantes do ecossistema de inovação brasileiro se comprometeram a adotar home office para todos os funcionários das suas organizações, como uma maneira de ajudar a controlar o coronavírus no Brasil.
A iniciativa, baseada no movimento #StoptheSpread americano, partiu da Magnetis, gestora de investimentos digital, e a da Endeavor, organização mundial de promoção do empreendedorismo, que publicaram uma carta aberta sobre o tema nesta terça-feira, 17.
Além do home office para todos os funcionários, sempre que possível, incluindo líderes, o documento pede medidas como apoio a fornecedores e prestadores de serviço autônomos por meio de pagamento de serviços a serem prestados e a sugestão aos funcionários para deixarem de participar de eventos públicos sociais não obrigatórios de qualquer tamanho.
“Não precisamos esperar que o governo adote tais medidas — podemos fazer isso por iniciativa própria. Como líderes em empresas e em nossas comunidades, estamos em uma posição única para fazer isso. Reconhecemos que são escolhas difíceis e que terão um impacto significativo — especialmente para os pequenos empreendedores — mas acreditamos que são necessárias agora”, afirma o texto.
Entre os primeiros apoiadores estão nomes importantes do cenário nacional de startups como Vinicius Roveda, CEO da Conta Azul; Diego Gomes, CEO da Rock Content: Eric Santos, CEO da Resultados Digitais; Romero Rodrigues, sócio diretor da Redpoint eventures e Buscapé e Jean Sigrist, diretor Neon Pagamentos, entre outros.
É verdade que o manifesto do #StoptheSpread não prevê medidas de fiscalização da implementação das medidas (o que provavelmente não é possível no curto prazo, ou mesmo necessário), mas é possível supor que as startups podem ter uma ação mais decidida em termos de promover home office que suas contrapartes a nível mais corporativo.
As empresas de TI também tem respondido com a adoção de práticas de home office, mas com graus mais diversos de intensidade.
Dentre as que divulgaram publicamente suas medidas, uma pequena minoria, poucas estão adotando uma abordagem de home office para todos.
A maior dentro desse grupo até agora é a Como, empresa de desenvolvimento de software e transformação digital da UOL, que tem a meta de colocar todos os 1,5 mil funcionários espalhados por 13 centros para trabalhar em home office.
A Neogrid também tomou a mesma medida, para 700 funcionários.
Outros adotaram uma abordagem parcial. A Dell mandou trabalhar em casa todos os seus funcionários com permissão para home office, um grupo de que soma 65% dos empregados. A maior concentração da Dell é no Rio Grande do Sul, onde a empresa tem cerca de 1 mil funcionários.
Já a Linx (3,5 mil funcionários), adotou uma espécie de home office rotativo, com turnos, sem abrir maiores informações sobre critérios ou abrangência.
Uma terceira abordagem é permitir home office só para perfis de risco, como a Stefanini, que está mandando para casa apenas aqueles entre seus 14 mil funcionários que sejam gestantes, pessoas com mais de 60 anos ou que tenham baixa imunidade. Também deve trabalhar em casa qualquer um que tenha um sintoma aparente de gripe, o que é meio óbvio.
O Serpro, maior estatal de TI do país, começou na semana ada com um protocolo de home office similar ao da Stefanini, mas nesta terça-feira, 16, já decretou home office geral em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
A partir da quinta, 19, as diretorias regionais do Serpro já poderão decidir se mandam seus funcionários para trabalhar em casa.