
Startup Brasil segue vivo. Foto: Pixabay.
O programa Startup Brasil, iniciativa de fomento a empresas nascentes de tecnologia do governo federal, deve selecionar um nova turma no segundo semestre.
A informação é do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, que respondeu a uma consulta da reportagem do Baguete sobre o assunto.
Em fevereiro, o então Ministério da Ciência e Tecnologia chegou a enviar um e-mail para as aceleradoras participantes do projeto prometendo uma nova seleção de startups no primeiro semestre.
No meio tempo, no entanto, a presidente Dilma Rousseff foi afastada do cargo e o Ministério da Ciência e Tecnologia foi fundido com o das Comunicações, sob o comando de Gilberto Kassab.
A nova gestão do MCTIC divulgou na semana ada um nota falando sobre a participação das participantes da turma 4 num evento para a investidores no Rio de Janeiro, o que mostra que a iniciativa segue na pauta.
O problema parece ser falta de dinheiro mesmo.
Lançado em 2013 pelo governo federal como um fomentador-chave do empreendedorismo no Brasil, o Startup Brasil teve duas turmas naquele ano e mais duas em 2014.
No ano ado, o primeiro semestre ou sem o lançamento de um edital. A promessa ou a ser que pelo menos uma turma seria feita, o que também acabou não acontecendo.
O grupo de aceleradoras participando da iniciativa é o definido no começo de 2015, incluindo a baiana Acelera Cimatec, as mineiras Acelera MGTI/Fumsoft e TechMall, as pernambucanas Jump Brasil e Cesar Labs, as gaúchas Ventiur e Wow, e as paulistas Aceleratech, Baita, Gema Ventures e Wayra.
A carioca 21212 fechou operações e deve ser substituída por uma das aceleradoras da lista de espera.
O Startup Brasil pode ser considerado um sucesso. Foram 183 startups apoiadas em meio a 2.855 inscrições.
Quase a metade delasreceberam rodadas de investimento adicionais ao longo do processo de aceleração, além da verba pública de R$ 20 mil até R$ 200 mil a fundo perdido.
De acordo com a organização da iniciativa, cerca de R$ 24,3 milhões aplicados nas startups até agora são provenientes de investimentos privados, valor bem acima dos R$ 9,2 milhões aportados pelo programa. As aceleradoras credenciadas responderam por R$ 1,8 milhão.
Numa conta rápida, para cada real investido pelo governo, investidores privados entraram com aproximadamente R$ 2,80.
Apesar da maior parte dos recursos virem de fora, o dinheiro do governo é responsável por criar um chamariz atrativo para empreendedores, fazendo com que os poucos selecionados (até o momento, foram 15 candidatos por vaga) sejam naturalmente um alvo para investidores privados.
Além de terem a pré-seleção feita pelas aceleradoras ligadas ao programa, os investidores colocam capital em empresas que já tiveram um aporte em uma fase de maior incerteza sobre sua viabilidade, diminuindo seu próprio risco na jogada.
O faturamento das startups da turma 2 cresceu 174% de janeiro a julho de 2015 em relação ao mesmo período do ano ado e aram de uma média de 3,6 pessoas por empresa no início da aceleração para 8,7 no final do processo - um crescimento de 153% no número de postos de trabalho.