Luis Bays. Foto: divulgação.
A SenhaForte, empresa catarinense de segurança digital, firmou um contrato com a canadense Enrust para oferecer no país as soluções da multinacional, especializada em sistemas de tokens de segurança.
A aposta da startup, sediada em Florianópolis e com cerca de 15 funcionários, é alcançar clientes interessados em reforçar seus ambientes protegidos, usando uma segunda camada de segurança, com maior controle de o e recursos de identificação.
A solução por token funciona com uma identificação própria para cada usuário, que usa uma senha adicional, ou um certificado que é autenticada via app no celular do usuário, eliminando a necessidade de chaveiros, como é usado em bancos, por exemplo.
Segundo Luis Bays, sócio da SenhaForte, a diferença é que no Brasil a empresa oferecerá as soluções está no formato de distribuição por meio do modelo via serviço (SaaS). Conforme explica o sócio, o Brasil é o primeiro país em que a Entrust autorizou a venda de suas soluções na nuvem e servirá como teste para a expansão da marca canadense para outros países no mundo.
A solução está hospedada em servidores da Amazon e replicado em nuvens internacionais para garantir a redundância dos dados. A integração é feita via API.
"Oferecendo em SaaS, queremos atender empresas de todos os portes. No modelo tradicional, uma pequena solução para 100 usuários, de uma empresa de médio porte, exige o gasto de cerca de R$ 100 mil. Já o SenhaForte sai, para a mesma empresa, por R$ 1,5 mil mensais", explica o Bays.
A startup não divulgou metas de faturamento. Como a empresa foi criada este ano, as metas são outras, de acordo com Bays. Sediada em Florianópolis, a companhia é resultado de um investimento de R$ 350 mil.
"Queremos conquistar uma base de cerca de 2 a 3 mil usuários até o final deste ano, começando a divulgar nosso produto. Para o ano que vem, teremos uma divulgação mais agressiva, e queremos fechar 2015 com 15 mil usuários", destaca o executivo.
A parceria com a eTrust é uma das cartas de Bays para levar o plano adiante. Com força na Europa, EUA e Ásia, a Enrust tem mais de 100 milhões de usuários corporativos no mundo.
“A solução em si é a mesma que empresas como Santander, Scotia Bank, New Zealand Bank, Marriot, FedEx, Disney e Xerox já utilizam para dar segurança às transações online de centenas de milhares de clientes”, explica Dalia Abreu, principal executiva da Entrust na América Latina.
No mercado brasileiro, segmentos como e-commerce, prefeituras e empresas que tem ambientes na nuvem e precisam de mais segurança em seus os estão na mira da SenhaForte.
"Empresas menores do segmento financeiro e saúde também oferecem um potencial para nós. Pequenas corretoras, financeiras, clínicas e hospitais podem se beneficiar do uso destas aplicações", afirma Bays.
Conforme dados da Entrust, o mercado de segurança digital tem potencial, movimentando mais de R$ 31 bilhões em 2014 para fazer frente a prejuízos com fraudes superiores a R$ 20 bilhões por ano.
De acordo com uma pesquisa da consultoria Markets e Markets, esse setor deve crescer 24% ao ano na América Latina até 2018. E o Brasil, como principal economia do continente, detém grande parte desse potencial.
Segundo dados da Febraban, prejuízos com fraudes bancárias foram de cerca de R$ 940 milhões em 2010, R$ 1,5 bilhão em 2011 e R$ 1,4 bilhão em 2012. Fraudes cometidas na internet ou em bancos ados por dispositivos móveis causaram prejuízos de cerca de R$ 300 milhões em 2011.
Para Bays, as perdas são, na verdade, mais significativas do que mostram as pesquisas, pois envolvem danos à reputação das companhias cujos dados são fraudados.
“Se as empresas perdem reputação, perdem prospecções de negócios. Isso quer dizer que elas estão perdendo dinheiro em razão da falta de investimento em segurança. É como se uma rede de supermercados não se importasse mais em controlar as portas das lojas e não utilizasse mais câmeras de vigilância para o monitoramento dos produtos”, finaliza.