
SAP está tentando resolver problemas de licenciamento. Foto: SAP.
A SAP anunciou um novo modelo de licenciamento de software, no qual a principal mudança é a diferenciação entre o o direto aos sistemas feito por pessoas físicas e o o indireto por outros sistemas, processos automatizado, bots e objetos conectados.
A novidade foi anunciada nesta terça-feira, 10, e vale para o SAP S/4 Hana and S/4 Hana Cloud e SAP ERP.
O modelo prévio de licenciamento da SAP contava uma interação digital, como uma validação ou uma troca de dados com um sistema terceiro, como se fosse um usuário físico do software.
Além disso, a companhia também anunciou a separação das operações de vendas e das de auditoria e compliance, dividindo a venda de software e a fiscalização do uso.
A medida deve facilitar para os clientes renegociar seus contratos no novo modelo.
Os problemas de licenciamento de software da SAP ficaram dolorosamente em evidência no ano ado, quando a SAP cobrou £ 54,4 milhões da Diageo por um o indireto de sistemas da SalesForce.
A cobrança deixou muitos clientes inseguros sobre seus contratos.
Uma pesquisa feita em novembro do ano ado com 400 integrantes do Grupo de Usuários SAP no Reino Unido e Irlanda indicou que 58% dos respondentes estavam preocupados com cobranças indiretas.
A SAP já havia anunciado um esforço de simplificação e um centro de transparência no qual os clientes podiam fazer consultas anônimas.
A ansiedade dos clientes sobre o tema foi reconhecida publicamente pelo CEO da SAP, Bill McDermott, durante o último Sapphire.
Mesmo assim, a mesma pesquisa apontou que 79% ainda achavam os termos de licenciamento complicados demais.
Tudo isso é um problema para a SAP, que está tentando fazer decolar o Leonardo, um pacote de soluções para todas as tendências tecnológicas da moda, incluindo Internet of Things, machine learning e blockchain.
Elas tem em comum o potencial para gerar demandas indiretas do tipo que causaram a super conta da Diageo.
A SAP definiu o anúncio como o resultado de uma colaboração "sem precedentes" entre grupos de usuários, clientes, parceiros e analistas de indústria focada em "transparência".
Não está claro ainda, no entanto, como vai ficar a conta para os clientes na ponta do lápis.
O modelo indireto cobrará por "transações" ou "documentos", mas a SAP não abriu detalhes sobre como isso será cobrado.
"O anúncio deixa muitas questões sem resposta sobre a precificação feita em cima de documentos, ou como eles serão contabilizados", afirma Bill Ryan, diretor de pesquisas do Gartner.
De acordo com Ryan, será necessário "significativo due dilligence e negociação" para quem quiser trabalhar com o novo modelo.