
Diego Dzodan, presidente da SAP para América Latina no Sul.
A SAP projeta um crescimento significativo nos seus contratos com o governo, em instância federal, estadual e municipal para os próximos três anos.
Diego Dzodan, presidente da SAP para América Latina no Sul (região geográfica que cobra Brasil, Peru, Bolívia, Chile, Uruguai, Paraguai e Argentina), estabeleceu uma meta da maneira algo misteriosa que executivos de multinacionais usam quando estão bloqueados por políticas de comunicação – ou simplesmente não querem dar muitas pistas.
“Nosso objetivo é que a participação do governo saia das porcentagens de um dígito do faturamento para dois dígitos”, disse Dzodan, que esteve em São Leopoldo nesta segunda-feira, 02, para o lançamento do segundo prédio do SAP Labs na cidade.
Não é possível saber o quanto isso representa, mas calculando a quantidade pequenas de cases que a SAP tem na istração pública e o quanto a empresa fatura na iniciativa privada, é uma aposta segura especular que a cifra está em algum lugar abaixo de 5% e a meta é fazer ela ar dos 10%.
Parece um pequeno o nas especulações deste repórter, mas falando da terceira maior subsidiária da SAP no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e Alemanha, com crescimento de venda de novas licenças de software de 48% no último trimestre, é um grande o.
O governo, que nas suas diferentes instâncias responde por metade do investimento de TI do Brasil, teria que comprar milhões e milhões em soluções pouco costumizáveis em software proprietário, uma mudança de tendência que os executivos da SAP acreditam que está prestes a acontecer.
“Haverá menos interesse em soluções específicas e mais adesão a software profissional com melhores práticas embutidas do tipo que a SAP oferece”, projeta Dzodan, que até pouco tempo atrás era presidente da SAP do Brasil.
A estratégia da SAP para a sua oferta de governo é trabalhar com soluções focadas em necessidades específicas, como processamento de folha, software analítico, portais e aplicativos de mobilidade para serviços ao cidadão.
A multinacional já tem alguns cases, como o governo do Rio de Janeiro, que usa o software de business intelligence Business Objects para interpretar dados sobre a criminalidade e projeta em breve oferecer alguns serviços à população por meio de smartphones. Em São Paulo, a Secretaria da Fazenda usa soluções da SAP para processar dados financeiros.
As Fazendas são um dos alvos mais óbvios para a empresa, que criou uma arquitetura chamada Tax Management Framework para permitir o uso do banco de dados de alta velocidade Hana no processamento de tributos das empresas, o que poderia ser vendido também para quem cobra os impostos.
Nem mesmo as sinalizações recentes de Brasília de que o governo federal deve ampliar o uso de software livre desenvolvido pelo Serpro – software de correio eletrônico, por exemplo – como uma maneira de se proteger da espionagem estrangeira assusta os executivos da SAP.
“O governo pode optar por comprar software livre nacional para proteger suas comunicações, mas porque faria isso com processamento de folha?”, indaga Jackson Borges, diretor para a área de governo SAP vindo da IBM, onde atuou pelos últimos 12 anos.
Para o executivo, o caso da Caixa, que depois de anos de uma política voltada para o desenvolvimento de software open source tomou medidas como gastar R$ 112 milhões em produtos Microsoft e comprar uma partipação de 22% na M Braxis Capgemini como provas de que o governo pode ser "pragmático".
Borges sinaliza que empresas especializadas em ERP para municípios, um mercado de grande porte no país, poderiam ser parceiras da SAP em implementar softwares específicos nos seus clientes.
Não é de hoje que a SAP faz movimentos de aproximação com o mercado governamental.
Ainda em 2010, a empresa formou um um grupo específico de oito canais para receber treinamentos e consultorias sobre a melhor maneira de melhorar os resultados da companhia na istração pública municipal, estadual e federal.