
Mudanças rápidas no Santander. Foto: Divulgação.
O Santander já migrou 80% da sua infraestrutura de TI ligada ao core banking da instituição para uma combinação formada pelas nuvens públicas da AWS, Microsoft e uma nuvem privada do banco rodando em equipamentos próprios.
O projeto, revelado pelo site britânico The , é parte de uma iniciativa de modernização orçada em € 20 bilhões a serem gastos entre 2020 e 2024.
A migração está sendo feita com software desenvolvido em casa pelo Santander (a empresa tem 16,5 mil desenvolvedores), com avanços rápidos. Ainda em abril do ano ado, só 60% da infraestrutura estava na nuvem.
Até agora, o banco espanhol já derrubou o custo da energia consumida pela sua infra em 70%.
Fica em aberto como as mudanças afetam a infraestrutura do banco espanhol no Brasil, onde o Santander tem uma presença respeitável.
Em 2015, o Santander anunciou que o recém inaugurado data center em Campinas estava atendendo toda a operação.
O data center de Campinas tem 800 mil metros quadrados e é parte de uma rede de cinco centros de dados mundiais que o banco conta ao redor do globo.
Os outros centros ficam no México, Reino Unido e Espanha, onde existem duas estruturas.
O data center brasileiro consumiu um investimento de R$ 1,1 bilhão, e, segundo o banco, era na época o primeiro a ser certificado Tier 4 na América Latina.
Toda a infra não impediu um grande “apagão” na área de tecnologia em 2018, quando ficaram fora do ar o uso de cartões de débito e crédito, do internet banking e do aplicativo da instituição.
Procurado, o banco disse na época que devido a uma “oscilação elétrica alguns serviços do banco ficaram indisponíveis”.
CONTEXTO DO MERCADO
O Santander é mais um grande banco fazendo uma movimentação para migrar para a nuvem do setor financeiro, no qual grandes sistemas legados e questões regulatórias sempre foram vistas como um empecilho para esse tipo de projeto.
De acordo com uma pesquisa da CIO Surveys de 2020, só 16% das empresas do setor de serviços financeiros adotaram nuvens públicas, abaixo da média de mercado de 24%.
As abordagens variam. O Barclays, um dos maiores bancos do mundo, fechou um contrato de 10 anos com a HPE para usar a plataforma GreenLake como base da sua nuvem privada global.
A decisão veio depois do Barclays fazer uma tentativa de ir para a AWS em 2018, o que acabou não acontecendo.
No Brasil, o Itaú fechou um grande contrato de 10 anos com a AWS em 2021, visando migrar 50% da infraestrutura do banco para a nuvem até o fim deste ano.