
Foi mal. Foto: Depositphotos.
O Salt Typhoon, gangue de criminosos virtuais com laços com o governo chinês responsável pela mega invasão da telecom dos Estados Unidos, está ativa também no Brasil.
Pelo menos, é o que aponta um estudo recente da Trend Micro, uma das maiores empresas de cibersegurança do mundo.
Segundo a Trend Micro, o Salt Typhoon já atacou 20 organizações em nível mundial desde 2023, incluindo países vizinhos da China como Taiwan, Tailândia e Vietnã, outros países da Ásia como Índia, Indonésia, Malásia e Paquistão, e, um pouco mais longe, a África do Sul e o Brasil.
A empresa fala em alvos nos setores de tecnologia, consultoria, química e transporte, órgãos governamentais e organizações sem fins lucrativos (ONGs). Sobre o Brasil, em específico, a Trend Micro não diz nada.
Segundo a Trend Micro, o Salt Typhoon está na ativa desde 2020, e, desde a metade de 2022, vem focando principalmente em fornecedores de serviços para o governo e empresas de telecomunicações.
As empresas de telecom do Brasil, em especial, podem ficar com uma pulga atrás da orelha com as novidades trazidas pela Trend Micro sobre a atuação dos hackers chineses no país.
Isso porque está ficando cada vez mais claro que o ataque ao setor de telecomunicações dos Estados Unidos é algo sem precedentes.
Segundo representantes de alto escalão do governo americano disseram para a imprensa local nos últimos dias foram atacados “meia dúzia” de players de telecom, incluindo também a T-Mobile, Verizon, AT&T e Lumen Technologies.
Ao todo, as investigações do governo localizaram 150 pessoas que foram vigiadas, a maioria delas na região de Washington, DC, sobre as quais os hackers acumularam “milhões” de registros de chamadas ou mensagens de texto.
As redes seguem comprometidas, e a informação que circula é que garantir a segurança das redes pode exigir a troca de “milhares e milhares” de equipamentos de rede em todo o país, principalmente roteadores e switches.
Segundo o Washington Post, os hackers conseguiram reconfigurar roteadores da Cisco, uma das maiores fornecedoras do setor de telecom nos Estados Unidos.
O ponto fraco do setor de telecomunicações dos Estados Unidos seria a quantidade de equipamentos legados em uso, além da colcha de retalhos gerada por anos de aquisições, condições que não são tão diferentes assim no Brasil.