
Banco italiano aposta em porta giratória turbinada. Foto: Depositphotos.
A Intesa Sanpaolo, maior banco da Itália, quer demitir 9 mil funcionários até 2027, quase 10% da sua força de trabalho, substituindo-os por 3,5 mil profissionais júnior, turbinados por tecnologia artificial.
Segundo uma matéria da Bloomberg, o banco calcula que a troca poderia economizar até 500 milhões de euros (US$ 539 milhões) por um ano.
Em um comunicado ao mercado, a Intesa Sanpaolo fala em “acelerar a mudança geracional no contexto da transformação tecnológica” como parte de um esforço para criar “um modelo de negócios resiliente no cenário da digitalização e da inteligência artificial".
De acordo com o comunicado, 4 mil das demissões devem ocorrer por meio de aposentadorias ou o ao “fundo de solidariedade”, o que deve ser uma versão italiana de um plano de incentivo a demissões.
Dos contratados, por outro lado 1,5 mil serão consultores para ajudar a “garantir maior proximidade com os clientes, especificamente na gestão de patrimônio e proteção”, disse a Intesa.
No Brasil, nenhum banco falou tão abertamente de demissões, mas o movimento para adoção de IA está acontecendo de qualquer maneira.
Recentemente, a Caixa Econômica Federal anunciou um investimento de R$ 3 milhões para oferecer treinamentos em inteligência artificial a 2 mil novos funcionários do setor de tecnologia.
A CONTA DA IA VAI FECHAR?
Experiências como a atualmente em curso na Intesa Sanpaolo e outras grandes empresas são o que vão determinar se todo o zum zum zum em torno do tema IA vai dar em algo na prática ou se tornar mais uma grande bolha do setor de tecnologia.
Isso porque substituir funcionários humanos por máquinas é no final das contas o business case da IA, por mais que as grandes empresas de tecnologia gostem de dourar a pílula.
Pelas contas de Daron Acemoglu, um renomado professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) isso não é tão fácil quanto parece.
Para Acemoglu, que recentemente ganhou um prêmio Nobel de Economia, apenas 5% dos empregos podem ser substituídos ou pelo menos fortemente auxiliados pela IA na próxima década.