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Fábio Santos (Foto: Divulgação)
Nos corredores da tecnologia, uma frase vem ecoando cada vez mais alto: “o SaaS morreu”. E, honestamente, dá até para entender o desabafo. O cenário mudou — e muito. O custo de aquisição de clientes disparou, o apetite por risco diminuiu e o mercado exige soluções que entreguem valor real desde o primeiro clique.
Esse movimento, na verdade, já está em curso. O próprio conceito de software está sendo reescrito. Estamos saindo de plataformas baseadas em processos lineares e manuais para sistemas inteligentes, onde agentes autônomos tomam decisões, se comunicam entre si, executam tarefas complexas e se adaptam em tempo real.
A nuvem deixa de ser apenas infraestrutura e a a ser um ambiente cognitivo, onde o que se contrata não é mais só software, mas inteligência operacional escalável. Nesse novo cenário, quem ainda vende software como uma simples licença corre o risco de ser rapidamente superado por quem entrega sistemas que aprendem, otimizam e geram valor contínuo, quase sem fricção humana.
No começo do ano, Satya Nadella, CEO da Microsoft, causou comoção no mercado ao dizer que o SaaS, como conhecemos hoje, sairá de cena em um futuro não muito distante. Pouco tempo depois, no Web Summit Rio, Mohannad El-Barachi, fundador da startup canadense Wrk, foi ainda mais direto: “Se você tem uma empresa SaaS, pare agora. O modelo SaaS morreu. Já é tarde demais. O aluguel de software está chegando ao fim”.
O modelo tradicional de SaaS — aquele baseado em licenças mensais, soluções genéricas e onboarding excessivamente manual — está se tornando obsoleto. Ele não atende mais às expectativas de um mercado que exige velocidade, personalização e impacto imediato.
O que está emergindo agora é algo muito mais poderoso: o AI-as-a-Service. Estamos entrando na era dos SaaS agentificados — plataformas que integram LLMs (Large Language Models), agentes autônomos e IA generativa. Esses sistemas não só executam tarefas, mas tomam decisões, automatizam fluxos complexos, e personalizam a experiência em tempo real, com base em comportamento e contexto.
Deixamos de falar apenas de software na nuvem. Agora falamos de inteligência na nuvem. Ferramentas que pensam, aprendem e antecipam. E que geram valor contínuo sem a necessidade de tanta fricção humana.
A lógica de "aluguel de software" começa a dar lugar a modelos mais dinâmicos e orientados a resultados. Em vez de pagar pelo o, o cliente espera pagar pelo valor entregue. E nesse novo jogo, quem opera com IA está largando na frente.
Então, voltando à pergunta: o SaaS morreu? Não. Ele está evoluindo. E rápido. O que estamos vendo é a transição do software como serviço para o software como inteligência. E quem não entender essa transição vai ficar pra trás.
*Por Fabio Santos, CEO da LaunchPad Digital.