
A californiana Riverbed projeta entrar para o clube do bilhão em 2012, o que representaria um crescimento em torno de 30% sobre o faturamento do ano ado.
Para tanto, a aposta no Brasil é forte: por aqui, cerca de 400 clientes formam a carteira, na qual o Sul tem participação significativa, a exemplo só de nomes conquistados em 2011, como AES, AG2, W3Haus, Zaffari, Souza Cruz e GetNet, entre outros.
A lista de atendidos na região se completa com contas como Toniolo Busnello, TRF Quarta Região, Vonpar, AGCO e Paquetá, atendidos por dois canais: TechChannel, de Porto Alegre, e IP Trust, de Florianópolis.
Com isso tudo, o Sul figura no pódio das regiões mais geradoras de receita para a Riverbed Brasil, atrás de São Paulo e de Brasília – já que o governo é um dos focos de atenção do negócio.
Segundo Leonel Oliveira, country manager da Riverbed no país, em 2010, o Brasil foi a subsidiária de maior crescimento para a companhia, fato que não se repetiu em 2011, mas chegou perto.
“O país ficou muito bem em nossas receitas, seguindo a mesma média de nosso crescimento mundial, em torno de 40%”, afirma Vieira. “E a América Latina seguiu sendo a região campeã de crescimento”, acrescenta.
Na nuvem
Por conta disso, o executivo aposta no país como uma alavanca para uma das mais recentes apostas da companhia: a recém-lançada oferta conjunta com a Akamai, que compreende uso da linha Steelhead, carro-chefe da Riverbed, para aceleração de aplicações na nuvem da parceira.
O foco é superar problemas de desempenho apresentados pelas redes em nuvem híbrida, principalmente as empresas que precisam reduzir o tráfego em links de o e eliminar a necessidade de upgrades de largura de banda.
“Inicialmente, esta aliança abrange três aplicações: Microsoft Office 365, Google Apps e Salesforce”, comenta o country manager. “E no Brasil, cremos em um mercado potencial de 100%: nem toda a carteira de ativos deve adotar as soluções já, mas é muito propensa e ível de fazê-lo, em algum momento”, complementa.
Embora tenha chegado ao mercado agora, a aliança com a Akamai foi anunciada em maio do ano ado.
O acordo compreende, na prática, a aceleração de serviços na nuvem da Akamai, mas, conforme Vieira, utiliza uma tecnologia tecnicamente válida para qualquer aplicação – o que já dá indício da expansão futura da aliança.
“Por hora, as aplicações credenciadas pela Akamai para esta oferta são estas três. Porém, podemos e queremos expandir, sim, para outras, o que pode compreender ERP, outros CRMs, entre diversas outras”, destaca Oliveira.
O modelo de negócio aposta no SaaS – o software da Riverbed, hospedado nos servidores da Akamai e que permite acelerar os aplicativos dos clientes - que precisam deter o appliance Steelhead – é fornecido no esquema de pagamento por usuário/período.
“Esta é uma aposta nossa e da parceira em um mercado que só tende a crescer. Conforme dados da Forrester, por exemplo, o mercado de SaaS movimentará cerca de US$ 15 bilhões mundialmente este ano, chegando a US$ 25 bilhões até 2015 e a US$ 100 bilhões em 2017”, comemora Oliveira.
Granite
Outra novidade da Riverbed é a linha Granite, arquitetura de Edge Virtual Server Infrastructure (Infraestrutura de Servidor Virtual - VSI Edge) que promete consolidar e gerenciar todos os servidores remotos de um data center com redução de TCO entre 20 e 50%.
“Com esta linha, as empresas podem atingir total consolidação de aplicações, servidores e de armazenamento remotos no data center, ao mesmo tempo em que o data center prove serviços para os escritórios remotos da empresa, como se fossem locais”, explica Oliveira.
Ele destaca que o Edge-VSI é complementar à otimização da rede de longa distância (WAN), acelerando o desempenho de aplicativos em casos de uso não tratados por nenhuma abordagem de otimização WAN atualmente.
Segundo Oliveira, o Granite faz o que antes se pensava ser impossível: permite que o armazenamento seja dissociado de seu servidor situado a milhares de quilômetros de distância, funcionando como se isso fosse local.
Para o usuário, a tradução é desempenho estável, gerenciado pela TI local, com otimização de backup, provisionamento, correções, expansão e proteção de dados, com economia de storage e banda.
“A projeção de economia de até 50% no TCO é em relação às abordagens tradicionais de gerenciamento de infraestrutura distribuída, através da eliminação de backups dispendiosos e processos de recuperação em locais remotos, consolidando servidores remotos e armazenamento subutilizados, o que corta custos de istração de TI, incluindo viagens relacionadas a gerenciamento de infra remota”, finaliza o CM.
A linha Granite conta com dois componentes: o Granite Core, um aparelho físico ou virtual no data center e o Granite Edge, um serviço executado em um Steelhead EX no escritório da filial.
A solução já está disponível no mercado.
Muito além da WAN Optimization
As novas soluções e parcerias expõem uma estratégia que a Riverbed já vem desenvolvendo há cerca de dois anos, quando começou a expandir seu portfólio para além da aceleração de WAN, partindo para um modelo que Vieira define como “aceleração de plataforma”.
Para tanto, a companhia adquiriu cinco empresas desde 2009, e novas compras não estão descartadas, embora por enquanto tudo seja plano e segredo.
“Temos, sim, a intenção de seguir expandindo a oferta, desde que vislumbremos oportunidades e demanda que se encaixem em nosso mercado-foco”, comenta o country manager. “Não há uma aquisição ou um novo lançamento específico em vista, mas nosso plano segue esta linha, sem dúvida”, finaliza.
Com mais de 15 mil clientes em todo o mundo, a Riverbed emprega cerca de 1,5 mil colaboradores.
No Brasil, são oito profissionais na equipe, que deverá contar com novos dois este ano, focados nas áreas de balance e canais.
“Temos cerca de 70 canais em todo o país, mas queremos melhorar esta cobertura e estabelecer novos, para regiões pouco atendidas, como o Nordeste”, finaliza Oliveira.