
Vai ficar mais complicado antes de ficar mais fácil. Foto: Depositphotos.
Os fornecedores de software fiscal, um nicho de mercado enorme no Brasil, não precisam ter medo da reforma tributária, pelo menos no curto e no médio prazo.
Pelo contrário: tal e como está planejada, a reforma deve tornar o pagamento de impostos ainda mais complicado por um bom período de tempo, aumentando a necessidade de soluções do tipo.
É o que aponta uma matéria da Bloomberg, que ouviu especialistas do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
De acordo com o projeto, aprovado pela Câmara de Deputados no início do mês, e agora pelo Senado, impostos atuais sobre o consumo serão consolidados em dois.
A pegadinha é que isso não acontece de maneira automática, mas dentro de um período de transição de sete anos, em que os dois novos tipos de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), um federal e outro estadual e municipal, vão coexistir com os atuais ISS, ICMS, IPI, PIS e Cofins até 2032.
Em 2026, os dois IVAs começam a vigorar com alíquotas menores, como testes, e então aumentam até 2032 em percentual final.
Na prática, segundo o IBPT, a reforma vai complicar o pagamento de impostos antes de facilitar, aumentando a demanda de recursos gastos pelas empresas para fazer o pagamento (o menor pagamento possível, no caso).
Pelas contas do IBPT, as empresas brasileiras gastam R$ 200 bilhões em gastos todos os anos apenas para se adequarem ao sistema atual, com equipes de tributaristas, assessoria jurídica e softwares.