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São mais de 2,5 mil unidades em 400 cidades brasileiras, além de 11 centros de distribuição (Foto: Divulgação)
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) notificou nesta segunda-feira, 23, o grupo farmacêutico RaiaDrogasil, que deverá contribuir para uma investigação sobre o suposto tratamento inadequado de dados pessoais e sensíveis de seus clientes.
Exposto pelo Uol em setembro, o caso trouxe à tona que a rede compartilha sua base de dados com a RD Ads, empresa da companhia focada em anúncios, para vender uma curadoria específica de propagandas para cada consumidor.
O negócio que a rede de farmácias criou em cima dos dados compreende um total de 48 milhões de pessoas que frequentam as lojas.
Para obtenção de informações como o histórico de compras, o F dos clientes seria colocado condição para a concessão de descontos de até 70% na hora do pagamento. Segundo o Uol, os preços normais são artificialmente inflados para a ilusão de um desconto maior.
No início deste ano, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão independente do Poder Executivo criado para supervisionar o cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), decidiu intensificar a fiscalização de farmácias e drogarias.
Na época, o motivo já era a coleta excessiva de dados pessoais de clientes como condição para descontos em produtos.
Como aponta o G1, o órgão considera que a prática representa um risco de vazamento de dados como o F, RG, endereço e biometria. As lojas estariam reando as informações obtidas a terceiros, como os programas de fidelização, sem notificar o titular.
Desta vez, o objetivo do Senacon é investigar o mau uso das informações privadas e sua comercialização sem consentimento dos clientes relacionadas à RD Ads.
O foco recairá sobre a apuração da veracidade das acusações e sobre a avaliação do nível de conformidade à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) por parte da RaiaDrogasil, adicionalmente aos direitos do consumidor.
Além disso, o órgão pretende entender quais partes tiveram o aos dados, diante da possibilidade destes terem sido reados a empresas terceiras.
Outra prioridade é investigar a indução da concessão de dados pessoais em troca de reduções nos preços dos produtos das farmácias.
Segundo o Security Report, a RaiaDrogasil terá um prazo de dez dias para esclarecer os pontos abordados. Junto a isso, a rede deverá provar que informa devidamente os clientes sobre o uso comercial de suas informações.
Criada em novembro de 2011 a partir da fusão entre Raia S.A. e Drogasil, a RaiaDrogasil se tornou a maior rede de farmácias do Brasil em receita e número de lojas. No total, são mais de 2,5 mil unidades em 400 cidades brasileiras, além de 11 centros de distribuição.
Apenas no primeiro trimestre de 2023, a empresa registrou lucro líquido de R$ 206,6 milhões, alta de 34,5% em comparação ao mesmo período de 2022.