DINHEIRO

Procon SP quer bloquear contas bancárias após roubos de celulares 1r4s14

Quadrilhas têm roubado smartphones, invadido aplicativos e limpado as economias das vítimas. 28201q

23 de junho de 2021 - 11:40
A ideia é que bancos e empresas de telefonia criem centrais de emergência para o bloqueio imediato. Foto: Pexels.

A ideia é que bancos e empresas de telefonia criem centrais de emergência para o bloqueio imediato. Foto: Pexels.

O Procon SP vai exigir que bancos e empresas de telefonia criem centrais de emergência para o bloqueio imediato de contas bancárias após o extravio ou roubo de aparelhos celulares.

Segundo a Folha de São Paulo, o objetivo da medida é tentar conter o aumento de casos de fraude bancárias após o furto dos aparelhos, crimes praticados por quadrilhas que têm limpado as contas bancárias de vítimas em São Paulo.

A Folha já localizou dois casos de pessoas lesadas pelos grupos de criminosos chamados de “limpa-conta”, que conseguiram invadir os aplicativos e limpar as contas em menos de uma hora, segundo as vítimas.

Um desses casos é do músico Jorge de Godoy Monteiro, cliente do Santander e do Inter, que teve as duas contas bancárias invadidas antes mesmo de conseguir falar com o banco para solicitar o bloqueio delas — e perdeu R$ 15 mil.

A ideia, segundo a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor, é a criação de um serviço gratuito, com números de telefones de fácil memorização e que o atendimento seja feito quase instantaneamente.

O modelo a ser adotado deve ser definido nesta quarta-feira, 23, em reunião de emergência marcada pelo Procon com representantes de bancos, empresas de telefonia e fabricantes de aparelhos celulares.

“Nós exigimos que a instituição bancária, o banco, a operadora de telefonia e plataformas Google ou Apple instalem um centro de operações de atendimento que imediatamente bloqueie a conta bancária, a linha telefônica e apague todas as mensagens das plataformas”, disse Fernando Capez, diretor-executivo do Procon SP, à Folha.

Além da central de emergência, os bancos e empresas terão de fazer campanhas ostensivas informando os seus clientes sobre os riscos de fraudes após o furto do celular.

“Vamos exigir que elas façam informações ostensivas das cautelas que precisam ser tomadas. Porque o sujeito que não coloca senhas está sofrendo fraudes bancárias em cinco minutos. Se colocar senha, vai dar mais trabalho para o criminoso", exemplificou Capez.

O Procon deve responsabilizar as empresas e bancos caso haja recusa de implementação dessas medidas apresentadas na reunião.

Além disso, a instituição quer criar um dispositivo no site da fundação para que a vítima consiga fazer o bloqueio de todos os bancos e empresas de uma só vez, com a garantia do órgão.

Para isso, cada banco e empresa de telefone teria seu próprio número, além dos números de telefones.

Para evitar que esse bloqueio seja feito por terceiros de maneira indevida, o operador do banco ou empresa de telefonia fará perguntas que, em tese, são de domínio apenas do cliente.

Procurada, a Febraban informou que está mantendo contato com o Procon SP para fornecer todos os esclarecimentos necessários.

Ainda de acordo com a publicação, essas quadrilhas que atuam na invasão de celulares e aplicativos bancários não são hackers, mas sim criminosos que atuam para desvendar senhas frágeis – muitas vezes combinações numéricas que utilizam datas de aniversário do próprio usuário.

Muitas vezes, segundo o diretor do Procon SP, essas informações estão em telefones da Apple em um espaço reservado para informações médicas. Por isso, fazer uso de senhas mais elaboradas e, também, de dupla verificação seria o mais importante.

“Sem senha de desbloqueio, sem um desbloqueio em duas etapas, a pessoa corre o risco de ter sua vida financeira devassada”, alerta Capez.

Em reportagens anteriores da Folha, os bancos envolvidos em fraudes afirmam que seus aplicativos são seguros e que não há registro de invasão.

Segundo as instituições, o o aos aplicativos só é possível com a senha, que é de responsabilidade do cliente. Esse argumento é utilizado por alguns bancos para não restituir os valores desviados por criminosos.

Policiais civis ouvidos pela publicação, no entanto, afirmaram que nem todos os casos são feitos dessa forma e que as fragilidades do sistema ainda estão sendo analisadas.

Segundo Gustavo Monteiro, diretor da AllowMe, empresa especializada em proteção de identidades digitais, ainda há dúvidas sobre onde está o problema nos casos de fraudes mais sofisticadas, realizadas com aparelhos travados e com senhas robustas.

“É difícil afirmar de maneira categórica. Os aplicativos, de maneira geral, são sistemas vivos, você está sempre fazendo atualizações e, consequentemente, pode, em alguma dessas atualizações, vir junto alguma vulnerabilidade”, pontuou Monteiro à Folha.

De acordo com o site Tecnoblog, o Procon SP havia notificado a Apple Brasil, a Motorola e a Samsung na última quinta-feira, 17, para saber quais as principais barreiras de segurança de o a dados de cada aparelho das marcas.

No dia seguinte, a instituição mandou uma advertência a 10 instituições financeiras e três associações do setor com o objetivo de saber como funcionam os dispositivos de segurança usados para proteger aplicativos de contas bancárias.

Leia mais 59b1u

DADOS

Itaú leva multa de R$ 9,6 mi por privacidade 3s231d

Há 1446 dias
GIRL FROM RIO

Anitta no conselho da Nubank 3y1y17

Há 1448 dias
FINTECH

Ex-Santander é o novo sócio do Agibank 2x1r69

Há 1451 dias
EMPRÉSTIMOS

Banco Cetelem é multado em R$ 4 milhões 3w6l1t

CAPITAL

Ebanx levanta US$ 430 milhões 31t1a

FINTECH

Itaú fecha acordo com Omie 3z196