
Funcionários da Procergs votaram pela greve. Foto: Lucas Pitta/Sindppd/RS
Os funcionários da Procergs, empresa estatal gaúcha de TI, entraram em greve por tempo indeterminado nesta terça-feira, 28.
De acordo com o Sindppd-RS, sindicato que representa os funcionários da estatal, a decisão foi tomada por unanimidade, por cerca de 400 participantes de uma assembleia convocada sobre o assunto na sede da empresa, em Porto Alegre.
A Procergs tinha no final do ano ado 1,069 funcionários.
A greve acontece em meio às negociações da Campanha Salarial 2019/2020 com o novo governo estadual, liderado por Eduardo Leite (PSDB).
A oferta do governo gaúcho é de reajuste zero para salários e benefícios, além de congelar e extinguir os anuênios e os quinquênios e fazer uma revisão do plano de cargos e salários.
Na sua nota, o Sindppd-RS afirma que a negociação começou em junho, mas não chega a dizer qual é a sua pedida, apenas que o governo tem tido uma “postura intransigente”.
O Rio Grande do Sul atravessa uma crise fiscal de grandes proporções e tem atrasado o pagamento dos salários do funcionalismo há cinco anos.
A Procergs é responsável por desenvolver sistemas e manter sites e serviços online de secretarias e de órgãos estaduais, como o Tudo Fácil, Detran, Polícia Civil e Brigada Militar, além do agendamento de consultas pelo SUS.
A empresa também opera o sistema de nota fiscal eletrônica gaúcha e faz o mesmo como prestação de serviço para outros estados.
A estatal costuma fazer pelo menos uma greve a cada nova gestão do governo gaúcho na última década. A última foi em outubro de 2017. A prestação de serviços nunca foi seriamente comprometida.
A greve é o primeiro pepino para José Antonio Leal, ex-gerente geral de TI da Gerdau no Brasil, que foi nomeado como novo presidente da Procergs em maio.
O período de transição até a nomeação de Leal foi mais longo do que o normal devido à dificuldade de encontrar um novo presidente que atendesse às exigências da Lei de Estatais (um problema que, diga-se de agem, não aconteceu só na Procergs).
Muitos estados brasileiros tem empresas como a Procergs, criadas nos anos 1970 e 1980 para lidar com a crescente informatização do governo.
A necessidade de manter tais estruturas está sendo revista, em um momento em que muitos estados precisam fazer cortes de gastos, o desenvolvimento do mercado privado é outro, e as necessidades de entrega do governo muito maiores.
O governo do Mato Grosso, por exemplo, anunciou que ia fechar as portas da estatal estadual de tecnologia, a Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI).