
Foi o que apontaram representantes da estatal gaúcha de processamento de dados em evento de prestação de contas realizado em Porto Alegre nesta quinta-feira, 21, com participação da governadora Yeda Crusius.
“Hoje a Procergs está saneada”, garante o diretor-presidente Ademir Milton Piccoli. De acordo com Piccoli, a empresa pagou dívidas com fornecedores de cerca de R$ 30 milhões.
O pagamento foi feito depois da cobrança de cerca de R$ 60 milhões – renegociados sobre uma base de R$ 100 milhões - devidos em diferentes órgãos do estado, que ao longo de anos não pagaram pelos serviços prestados pela Procergs.
No mesmo período, o custo médio dos serviços da estatal caiu 32%. Mesmo assim, a Procergs projeta alta no faturamento de 8% para 2010, quando deve chegar a R$ 171 milhões.
“Crescemos porque oferecemos mais serviços”, explica Piccoli, que não descarta que o início da operação da fábrica de software da estatal – 20 mil pontos de função ganhos pela Stefanini com uma oferta de R$ 8 milhões – ajude a derrubar mais os custos.
De acordo com James Rodrigues, da controladoria da Procergs, as receitas operacionais da companhia atualmente igualam as despesas de custeio, permitindo que a empresa invista mais em melhorias. O valor previsto para 2010 é R$ 20 milhões.
Problemas políticos
Os resultados apresentados são chamativos se tivermos em conta a grande agitação política que tomou a Procergs nesses mesmos três anos, ao longo dos quais a empresa teve três presidentes e ou por diversos períodos conturbados.
Pedro Gabril, funcionário de carreira da Secretaria da Fazenda, não chegou a permanecer sete meses no cargo antes de se demitir, alegando “incompatibilidades com a cúpula da empresa”.
Depois de um mês de muitas especulações, assumiu o cargo Ronei Ferrigolo, que já havia sido diretor durante o governo Rigotto. Apesar de apresentar realizações como planejamento estratégico da estatal, o ano de Ferrigolo à frente da Procergs foi marcado por denúncias.
Depois de ser inocentado pela Procuradoria Geral do Estado, o gestor pediu demissão em outubro de 2008, no mesmo dia em que anunciou o pagamento da participação nos resultados dos funcionários.
Depois da demissão de Ferrigolo, Piccoli foi mantido como interino por quase um ano, só sendo confirmado oficialmente no cargo em maio do ano de 2009.