
Roberto Cruz. Foto: divulgação.
A Pixeon Medical Systems, empresa resultante da fusão realizada entre a Pixeon, de Florianópolis, com a Medical, de São Bernardo do Campo, em uma rodada de investimentos da Intel Capital na companhia catarinense em setembro deste ano, acaba de comprar a carteira da Vepro do Brasil.
Subsidiária da multinacional alemã Vepro, a companhia agrega à PMS 250 bases de PACS (sigla em inglês para Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens) instaladas em hospitais e clínicas de todo o país.
A carteira inclui clientes como Hospital Felicio Rocho, Policlínica de Volta Redonda e Santa Casa de Votuporanga.
“Com a aquisição da carteira da Vepro Brasil, amos a ter ainda mais espaço em Minas Gerais e São Paulo. Trata-se de um movimento estratégico”, afirma o CEO da PMS, Roberto da Cruz.
Com o acordo, a PMS assume a assistência técnica e manutenção dos sistemas instalados.
Para tanto, a companhia já contratou uma equipe dedicada ao atendimento dos novos clientes, aos quais também vai oferecer a opção de migrar para sua solução PACS Aurora.
“O software oferece licenças ilimitadas do visualizador Arya, além de diversos opcionais como o web, servidor de reconstrução de imagens 3D/MPR, Fluens, CAD Pulmonar – Lumine, e outras vantagens”, ressalta Cruz.
O sistema de gestão de imagens médicas possui arquitetura thin client para reconstrução, que realiza o pré-processamento de imagens direto no servidor, reduzindo custos, explica ele.
Modular, a solução atua desde a captação, armazenamento e manipulação de exames, até a interpretação, gestão, comparação de laudos, reconstrução de imagens em 2D ou 3D, compartilhamento entre computadores de uma mesma rede e pela Internet, além de gerenciador de gravação em CDS e DVDs.
PMS É INTEL NA AL
A Pixeon Medical Systems atua no desenvolvimento e venda de soluções nacionais em PACS, (RIS, da sigla em inglês para Sistema de Informação Radiológica) e LIS (Sistema de Informação Laboratorial).
Além das sedes em Florianópolis e São Bernardo do Campo, a companhia tem unidades em todo o país, atendendo a mais de 1,2 mil clientes.
A fusão da Pixeon com a Medical foi a segunda rodada de investimentos da Intel Capital na empresa de Santa Catarina.
Em dezembro de 2011, a companhia já havia recebido aporte do fundo, o que marcou a entrada d fabricante de chips no mercado de TI para saúde na América Latina.
Na época, David Thomas, diretor Executivo da Intel Capital para a região, declarou que a tecnologia da Pixeon “tem em aberto um mercado de mais de 14,5 mil hospitais e clínicas no Brasil”.
Já a Medical Systems afirmou ter a maior base instalada no país de ERP com foco em centros de medicina diagnóstica.
Na fusão, Ribeiro da Cruz, antigo CEO da Medical Systems, assumiu como CEO da operação, e Fernando Peixoto, ex-CEO da Pixeon, ou a presidente do conselho e diretor de P&D.
Segundo Peixoto, a empresa já conta com mais de R$ 3 milhões captados em projetos de P&D, com recursos não reembolsáveis, principalmente do governo federal.
“Iremos intensificar parcerias com universidades e instituições de pesquisa”, explicou ele, à época da fusão, destacando que em 2013 a expectativa é ofertar soluções via web, em cloud computing e mobilidade.
Da parte da Intel, Alexandre Villela entrou na fusão como diretor de Investimentos responsável pela PMS.
O processo de integração dos negócios foi coordenado por Cláudia Goulart, ex-CEO da GE Healthcare na América Latina, empresa que entre 2010 e 2011 investiu mais de US$ 500 milhões na região, onde estabeleceu um pólo de desenvolvimento de soluções para saúde e firmou t venture com a Microsoft para o segmento.
PROMISSORAS
Faturamento, nem Pixeon, nem Medical Systems divulgam.
O que se sabe é que a primeira registrou crescimento de 120% no primeiro semestre de 2012, em relação ao ano anterior, e foi apontada por pesquisa da consultoria Frost & Sullivan como a empresa do ano em PACS.
Conforme Cláudia Goulart, a fusão das duas empresas gerou a única organização com operações de pesquisa em software para medicina diagnóstica 100% radicada no país.
SAÚDE CATARINA
Os investimentos da Intel e os movimentos da PMS dão uma mostra de como Santa Catarina tem se destacado na tecnologia para o setor de saúde.
Em junho deste ano, a catarinense Manager Systems foi adquirida pela 7 Medical Systems, do segmento de gestão sob demanda de imagem digital, registros médicos eletrônicos e soluções para o gerenciamento de serviços médico.
A negociação, cujos valores não foram revelados, foi a quarta grande movimentação no ramo da TI e saúde no estado em pouco mais de um ano.
Antes, já vinham na esteira Intel, Philips, com compras; e Siemens, com investimento de R$ 50 milhões em uma fábrica da divisão Healthcare em ville.
O anúncio da Siemens foi feito em maio de 2012, com meta de iniciar atividades na nova unidade ainda este ano, com capacidade de até 300 equipamentos de tomografia e afins por ano.
Nos casos da Philips, a atração em Santa Catarina foi a Wheb Sistemas, de Blumenau, que a companhia comprou no começo do ano ado.
A adquirida é focada em ERP para a saúde e, segundo declarou à época da compra o CEO da Philips Healthcare, Steve Rusckowski, será o “combustível do crescimento na região nos próximos anos”.