
Jean Paul Prates, presidente da Petrobras. Foto: Divulgação/Petrobras
A Petrobras anunciou o fim da paridade de preços de petróleo com o mercado internacional nesta terça-feira, 16.
A regra, que determina que os valores do petróleo e combustíveis derivados acompanhem as oscilações internacionais e o dólar, sem intervenção do governo para garantir preços menores, foi introduzida em 2016, durante o mandato de Michel Temer.
"Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o ree para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio", diz o comunicado da Petrobras.
Com o fim da paridade, a estatal também anunciou a redução nos preços da gasolina A, do óleo diesel A e do gás de cozinha (GLP), que começam a valer a partir desta quarta-feira, 17.
De acordo com Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, a gasolina terá redução de R$ 0,40 por litro (-12,6%); o diesel irá ficar R$ 0,44 por litro mais barato (-12,8%); e o gás de cozinha terá redução de R$ 8,97 por botijão de 13 kgs (-21,3%).
A mudança, conforme o g1, pode fazer com que o preço do botijão de gás fique abaixo dos R$ 100. O valor da revenda, porém, não é controlado pelo governo.
ENTENDA A MUDANÇA DE PREÇOS
Anteriormente, a estatal seguia o Preço de Paridade de Importação (PPI), que considerava o valor do petróleo no mercado internacional e seus custos, como taxas portuárias, fretamento de navios, entre outros.
Com o fim da paridade, a Petrobras começará a utilizar duas novas medidas para a precificação: o custo alternativo do cliente e o valor marginal para a estatal.
O custo alternativo do cliente, segundo o comunicado da companhia, "contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos".
Já o valor marginal é "baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia, dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino".
Assim, a Petrobras a a ter mais flexibilidade com seus preços para competir com outros importadores e distribuidores petroleiros.
EFEITOS
Conforme Prates, o novo critério para definir preços nas refinarias será o de "estabilidade versus volatilidade", que evitará a estagnação de preços e o aumento de reajustes.
"Não precisamos voltar ao tempo em que não houve nenhum reajuste no ano inteiro. Em 2006 e em 2007 aconteceu isso. E também não precisamos viver dentro da maratona de 118 reajustes para um único combustível, como foi em 2017, o que levou à crise enorme da greve dos caminhoneiros", declarou Prates.
Segundo o presidente, o modelo de preços empresariais será discutido na semana que vem, mas garante que a Petrobras continuará seguindo a referência internacional e mantendo a competitividade interna.