
Na carona da tag #homofobianao – presente nos trending topics do dia no microblog –, o perfil @homofobiaSIM, aparentemente criado por volta da 01 hora dessa quinta-feira, 18, somava 15.886 seguidores às 16h da mesma data.
A timeline tem gerado um debate em torno do projeto de lei 122/2006, que pretende criminalizar a homofobia.
O internauta prega que “a maioria dos homossexuais pouco ou nada acrescenta para a sociedade. São eles os responsáveis pela propagação de DSTs no mundo”, na definição de seu perfil.
Além de postar suas ideias sobre o tema, o autor aproveita para retuitar ameaças e declarações de apoio recebidas de internautas.
Depois de algumas horas de posts contra os homossexuais, o perfil tem sido alvo de ataques.
“#homofobianao rápido! Mostrem sua fúria! Destruam esse inseto inútil! Fobia, de qualquer tipo, é para os fracos. Matem o @homofobiasim”, postou o usuário Lobo da Coragem.
“Eu incito o assassinato. Pois é. Tem mais de 10 perfis que estão falando em me matar”, retrucou.
Apesar das críticas, o número de seguirdores foi comemorado pelo dono do perfil politicamente incorreto:
“Estou conseguindo mais e mais followers. O povo em geral apóia minhas idéias”, escreveu o autor.
PL coíbe discriminação
Coibir a discriminação de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero é a intenção do projeto de lei, de autoria da Deputada Federal Iara Bernardi. O PL foi aprovado na Câmara dos Deputados em 2006.
Atualmente, o documento tramita na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal.
O debate sobre o projeto foi reaceso nesta semana, depois que um jovem foi baleado por militares no Rio, após participar da Parada Gay. Dois militares foram presos e estão sendo investigados no caso, ocorrido no último domingo, 14.
Após o incidente, um texto publicado no site da universidade Mackenzie, de São Paulo, também foi alvo de protestos.
No artigo, o reverendo Augustus Nicodemus Gomes Lopes dizia que que a Igreja Presbiteriana é contra a lei "por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia", relata o jornal Estado de S. Paulo.
Segundo o texto de 2007, que aparentemente só foi descoberto agora, "tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais".
O artigo do religioso foi retirado do ar após protestos da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e do DCE da Mackenzie.