
João Carlos Gomes, novo secretário, e o governador do Paraná, Beto Richa. Foto: Jonas Oliveira/ANPr
João Carlos Gomes, reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), foi nomeado na terça-feira, 20, como secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná.
Ele substitui Alípio Leal, que pediu exoneração na sexta-feira, 09, um dia após a revelação de supostas irregularidades no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná (IFPR), do qual ele foi reitor entre 2009 e 2011.
“Atendemos a um pedido das lideranças de Ponta Grossa, que é a indicação de um membro da cidade para fazer parte do secretariado do nosso governo”, afirma o governador paranaense, Beto Richa. “O reitor João Carlos Gomes tem as melhores condições para exercer um cargo desta importância. Tanto que foi indicado por todos os demais reitores do Paraná”, completa.
Gomes afirma que, com a experiência que tem como reitor, irá buscar parcerias para aumentar a qualidade do ensino superior no estado, principalmente no interior, onde se concentram 95% dos cursos, segundo ele.
O Paraná tem sete universidades estaduais com 100 mil alunos.
“Temos uma estrutura grande e precisamos de união para manter a qualidade do nosso ensino”, diz Gomes.
Autor de três livros e de 15 capítulos de livros, com 118 artigos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais, Gomes é natural de Santo Antônio da Platina e graduado em Odontologia pela UEPG (1978).
É doutor em Dentística Restauradora, pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Desde 1979, integra o corpo docente do curso de Odontologia da UEPG e é reitor pela terceira vez, além de ser acadêmico titular da Academia Brasileira de Odontologia e da Academia Paranaense de Odontologia.
Em 1997, Gomes foi secretário Municipal de Educação e de Planejamento de Ponta Grossa.
No âmbito internacional, foi presidente da Associacion Latinoamericana de Operatória Dental y Biomateriales – ALODYB (2005-2006).
EXONERAÇÃO
O pedido de exoneração do ex-secretário Alípio Leal ocorreu depois que na quinta-feira, 08, a Operação Sinapse da Polícia Federal (PF) prendeu 18 pessoas acusadas de envolvimento em esquema que teria desviado pelo menos R$ 6,6 milhões dos cofres do estado.
Três dos presos eram professores do IFPR, e conforme a PF o desvio envolvia funcionários também de duas outras Oscips com sede em Curitiba.
De acordo com a polícia, os três servidores presos teriam conseguido o emprego sem ter ado por processo de seleção e as Oscips, que detinham um termo de parceria de R$ 20 milhões para impressão de livros com o IFPR, teriam sido contratadas sem licitação, informa a Gazeta do Povo.
A investigação também revelou que o grupo usava contratos falsos e fazia prestação de contas que, na verdade, não existiam. Os envolvidos nas denúncias também teriam recebido propina.
O atual reitor do IFPR, Irineu Colombo, também foi afastado do cargo temporariamente.
A PF tem, ainda, dez mandados de “condução coercitiva” (quando a pessoa é forçada a depor na instituição policial) e 43 de busca e apreensão a cumprir.
Os acusados devem responder pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa e iva, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, estelionato e crimes da lei de licitações.