Para o Brasil, é inovação ou morte 105524

“A Academia brasileira tem que parar de olhar para o próprio umbigo e gerar conhecimento útil para sociedade”. A provocação foi feita pelo gerente de Novas Tecnologias da IBM do Brasil, Fábio Gandour, no Meeting de Tecnologia da Federasul, realizado na terça-feira, 07.
07 de junho de 2005 - 17:37
Para o Brasil, é inovação ou morte
“A Academia brasileira tem que parar de olhar para o próprio umbigo e gerar conhecimento útil para sociedade”. A provocação foi feita pelo gerente de Novas Tecnologias da IBM do Brasil, Fábio Gandour, no Meeting de Tecnologia da Federasul, realizado na terça-feira, 07. Durante o evento, o executivo, integrante da Academia de Ciências de New York – junto a outros 286 cientistas, entre eles cinco prêmios Nobel -, abordou a questão do capital intelectual, situando o tema no âmbito de uma nova organização da economia mundial, dentro da qual o futuro estaria reservado para aqueles que apostarem nas idéias.

Segundo Gandour, o aumento do investimento em P&D no país a pela valorização do capital intelectual, além do estímulo, proteção e remuneração aos funcionários inovadores. As universidades – conforme previsto pela recém aprovada Lei de Inovação do governo federal – devem participar da prototipagem das idéias geradas na iniciativa privada. “Não há sentido em gastar dinheiro replicando estruturas já existentes”, concluiu. Projetos de universidades privadas gaúchas como PUC e Ulbra foram apontados como exemplares pelo gerente, com a ressalva de que não contariam com a verba das federais.

Durante a palestra, o pesquisador desenhou um quadro de mudança na economia mundial, dentro do qual o modelo de propriedade industrial estaria sendo substituído pelo capital intelectual. “A disputa pelo mercado agora se dá entre conceitos, não entre produtos. O clientaço coorporativo compra idéias”, disse Gandour, que deu como exemplo do paradigma o Deep Blue, super computador da IBM que venceu o xadrezista russo Kasparov. Ele teria sido desenhado para provar a viabilidade de um produto projetado para a indústria farmacêutica.

Gandour foi enfático a respeito da relevância do tema: “Esse é o assunto mais importante da agenda econômica do país. Se as coisas não forem feitas corretamente, vamos voltar a ser uma economia extrativista”, avaliou.