
A Paquetá, fabricante e varejista gaúcha da área de calçados com faturamento previsto de R$ 1,7 bilhão em 2011, está considerando mudanças importantes na sua área de TI.
A reformulação abrange a estratégia, serviços, tecnologia, aplicações e sistemas da companhia, e tem previsão de conclusão dentro de um ano.
Ao final, o processo pode levar à substituição de pelo menos parte dos sistemas desenvolvidos internamente por um sistema de gestão de mercado, afirma o diretor istrativo financeiro da Paquetá, Jorge Strassburger.
“Nossos sistemas acompanharam a evolução do negócio nos últimos 10 anos, mas em algum momento é preciso dar um salto”, analisa Strassburger, que concedeu uma entrevista exclusiva sobre o assunto ao Baguete Diário na sede da empresa, em Porto Alegre.
Strassburger não entra em detalhes sobre possíveis fornecedores, apenas comenta que área onde é mais provável a migração é a retaguarda e o backoffice.
“Nossa solução de planta de indústria é um benchmark de mercado e os software de PDV e istração cartões estão entre os melhores do mercado”, avalia o diretor istrativo financeiro, dando a entender que nesses aspectos uma migração é improvável.
Os rumores sobre a adoção de uma ferramenta de mercado na Paquetá – um dos últimos contratos desse porte a serem fechados no Rio Grande do Sul – circulam pelo menos desde 2008.
A novidade que parece indicar uma aceleração das discussões é a contratação de Jorge Nitschke para assumir o comando da TI da Paquetá, divulgada com exclusividade pelo Baguete no começo de agosto.
“Parte da revisão é trazer profissionais mais sênior para a empresa, com experiência em outras organizações”, comenta Strassburger.
Nitschke é diretor da ProcesusTI, que de acordo com seu site tem clientes como Quero-Quero, Stemac e Adubos Trevo, entre outros grandes grupos empresariais gaúchos. Durante 17 anos, o profissional atuou como CIO da Petróleo Ipiranga.
O outro aspecto que pode ter influência é o aprimoramento da oferta pelo lado dos fornecedores e o surgimento de benchmarks no mercado.
Strassburger não quis comentar o assunto, mas é um fato conhecido no mercado que o setor calçadista gaúcho tomou nota de uma implantação mal sucedida de SAP na Picadilly, anos atrás, tomando o atitude cautelosa quando o assunto são ERPs.
Desde então, no entanto, companhias do ramo já fizeram implantações de SAP na solução vertical AFS, destinada aos segmentos de calçados e roupas, incluindo Alpargatas, Marisol e Hering por meio da Clientis-S3G e na gaúcha Dalponte por meio da alemã Atune.
São precedentes que podem não necessariamente influenciar a decisão da Paquetá, que tem uma operação bastante mais complexa, dividida entre fabricação para terceiros e Marcas próprias, além de lojas no varejo multimarca e mono marca.