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Gustavo Orlandini Schifino é presidente da CDL.
O processo de consolidação entre os provedores de sistemas de gestão para o varejo conduzido nos últimos anos pela paulista Linx – 12 aquisições em cinco anos – abre espaço para empreendedores interessados em estabelecer uma alternativa no mercado.
É o que acredita o presidente da CDL de Porto Alegre e vice-presidente da Associação Brasileira de Franchising, Gustavo Orlandini Schifino, que falou a empresários de TI nesta sexta-feira, 22, durante o evento Mesas Redondas do Seprorgs.
“Acredito que existe espaço para um concorrente, principalmente oferecendo serviços em modelo cloud computing”, analisou Schifino, que é o diretor da expansão da Trópico, uma das maiores redes de surf wear do Brasil.
De acordo com o empresário, a situação o mercado sofreu após a aquisição por parte da Linx da catarinense Microvix em janeiro de 2012. A empresa de ville atenderia a varejistas menores com uma oferta em nuvem, ao contrário da Linx, que teria maior presença em companhias de maior porte.
Em março de 2011, a Linx já havia adquirido a CustomBS, empresa gaúcha que atendia a clientes como Lojas Lebes, Ughini e Obino.
Para Schifino, uma oportunidade maior ainda se esconde no segmento de franchising, um mercado que movimentou R$ 88,8 bilhões em 2011, alta de 16,9% frente ao ano anterior.
“O que todo franqueador precisa é uma empresa que assuma o problema da infra de TI dos franqueados”, apontou o presidente da CDL, que é também vicente presidente da Associação Brasileira de Franchising e tem ele mesmo 23 lojas franquedas.
De maneira geral, o recado de Schifino é que os varejistas estão sedentos por novidades tecnológicas, são conscientes do que está acontecendo em nível mundial e não estão encontrando respaldo no mercado local.
“É um engano achar que os lojistas não se interessam por TI. Tecnologia pode ser uma maneira de reduzir o número de metros quadrados em uso em um shopping e qualquer empresário se interessa por isso”, comentou o presidente da CDL.
Um exemplo citado por Schifino foi o uso de displays touch para mostrar produtos em lojas, o que permitiria reduzir a área de exposição necessária, retirando os produtos do estoque segundo a demanda.
Schifino sem dúvida está por dentro das últimas novidades em tecnologia. É um frequentador da NFR, maior evento mundial de tecnologia para varejo e deve ir na semana que vem para a sede do Google nos Estados Unidos, representando a Associação Brasileira de Franchising.
Mas não é tão clara a possibilidade de uma empresa nova no mercado conseguir fazer frente a Linx, por maior que seja a eventual insatisfação de parte da base de clientes.
A Linx fechou 2012 com receita operacional líquida da empresa de R$230,9 milhões, alta de 25,2% frente ao ano anterior.
A empresa está capitalizada por ter aberto capital na Bovespa, onde seus papéis valorizaram 18% desde o IPO, mesmo com a queda no lucro líquido no ado em 17,7%, para R$ 17,3 milhões.
O único concorrente que despontou no mercado nos últimos dois anos atua numa faixa de valores maior que os cobrados pela Linx.
É a Formers, empresa paulista que tem entregado projetos de SAP especializados para varejo, incluindo a rede de supermercados gaúcha Peruzzo e a Chilli Beans, franquia de óculos que era atendida pela Microvix.
Mas a companhia é bem menor: faturou R$ 12 milhões em 2012 e espera fechar este ano um pouco acima do dobro, com 2013.