
Orelhões da Oi no meio do mato em a Sete. Foto: reprodução.
Em a Sete, município de 5,1 mil habitantes no Vale do Rio Pardo, a Oi realizou recentemente a instalação de 16 novos orelhões. O curioso é a localização de alguns destes telefones.
Nove deles foram colocados em meio a um matagal, distribuídos em três ilhas, próximas umas às outras. Os telefones ficam em um terreno atrás da sede da prefeitura, bem ao lado de uma antena de telefonia.
É preciso percorrer cerca de 200 metros em meio a capim para fazer ligações. O local é cercado por lavouras de pastagem e soja e, na rua em frente à prefeitura, a casa mais próxima fica a aproximadamente 300 metros.
Outros dois orelhões foram instalados em frente a um dos cemitérios da cidade, onde antes já havia dois. Outros três foram colocados em frente a uma loja de roupas, onde já tinha um. Também foi instalado um novo aparelho ao lado de outro existente em frente à prefeitura.
Nesta semana, a prefeitura resolveu pedir explicações, mas ainda não obteve resposta da operadora.
O prefeito Bertino Rech declarou à Zero Hora que o Executivo não foi acionado pela operadora para saber quais os locais mais adequados para receber os telefones, como, por exemplo, o posto de saúde e os bancos da cidade.
Na quinta-feira, explica Rech, um funcionário da empresa foi até o local após as reclamações, mas não esclareceu as dúvidas do município.
Segundo o chefe do executivo de a Sete, a operadora não chegou a fazer pedido de autorização para instalar os nove telefones no terreno da prefeitura.
"É um local de difícil o, fica escondido pelo prédio da prefeitura e no mato nem sabemos se não tem animais peçonhentos. É uma falta de respeito com os moradores", afirmou Rech.
DETERMINAÇÃO DA ANATEL
A instalação dos telefones é parte do compromisso da Oi em atender determinações da Anatel. Recentemente, ao comprar o quarto lote no leilão do 4G, a operadora assumiu a tarefa de levar sinal de telefonia móvel e fixa para cidades gaúchas com pouca cobertura.
Um problema apontado pela prefeitura é de que os telefones não oferecem ligação gratuita. Os moradores precisam viajar para a cidade vizinha Sobradinho, para adquirir cartões telefônicos.
As chamadas locais para telefones fixos sem cobrança deveriam estar sendo oferecidas desde agosto.
A Anatel também reitera que os municípios devem ter quatro aparelhos a cada mil habitantes, o que justificaria a instalação dos 15 novos aparelhos em a Sete.
"Parece que a empresa quis se livrar logo dos orelhões que faltavam e, por isso, os colocou onde já tinham outros e o restante nos fundo da prefeitura, de qualquer jeito", declarou o prefeito.