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Obra não será realocada para outra área (Foto: Governo do Estado do Ceará)
O projeto que visa a instalação da maior usina de dessalinização de água do Brasil na Praia do Futuro, em Fortaleza, seguirá adiante mesmo com a oposição da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e das operadoras de telecomunicações.
Segundo a Folha de São Paulo, a obra obteve o aval do Governo do Ceará e parecer favorável da Superintendência do Patrimônio da União (SPU), que também acatou recomendações da Anatel.
A polêmica vem pelo temor de um apagão nacional na conexão de Internet, pois a área abriga 17 cabos submarinos de fibra óptica que garantem o serviço em todo território brasileiro.
Além disso, os cabos ligam o Brasil a países vizinhos e ao continente africano. O local é o segundo maior hub do mundo de sistemas ópticos do tipo, atrás apenas de Marselha, na França.
Frente à pressão feita pelas empresas de telecomunicações, a Anatel determinou inicialmente que deveria haver uma distância mínima de 500 metros entre os dutos da usina e os cabos submarinos.
Ao longo do tempo, novos problemas foram identificados. Com isso seria preciso aumentar a distância para 1,5 quilômetros.
De acordo com a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), que lidera o projeto, isso significaria transferir a construção para outra praia.
A estatal considera a mudança inviável. Caso a usina fosse transferida para a praia de Sabiaguaba, por exemplo, a 10 quilômetros da Praia do Futuro, a construção ficaria cerca de R$ 100 milhões mais cara.
No caso de migrar o projeto para Cumbuco, a 35 quilômetros da localização original, o acréscimo seria de R$ 200 milhões. Em Pecém, como alguns deputados sugeriram, a 61,2 quilômetros da Praia do Futuro, o projeto ficaria R$ 500 milhões mais caro.
A companhia está investindo R$ 3,2 bilhões na construção, que busca ampliar em 12% a oferta de água na Grande Fortaleza.