SENIORS

O que Churchill, Mandela e Sanders nos ensinam 692s68

História nos mostra que ignorar o conhecimento acumulado por anos de trabalho é um erro que pode custar caro. 53x2d

20 de maio de 2025 - 04:58
Roberto Dranger (Foto: Divulgação)

Roberto Dranger (Foto: Divulgação)

Há algo profundamente errado em uma sociedade que valoriza mais a velocidade do que a profundidade, a novidade do que a sabedoria. Vivemos em um mundo que celebra a juventude como sinônimo de inovação, enquanto profissionais com décadas de experiência são, muitas vezes, colocados de lado como se fossem peças ultraadas. Mas a história nos mostra, vezes e vezes sem conta, que ignorar o conhecimento acumulado por anos de trabalho é um erro que pode custar caro.

Churchill: O homem que o mundo quis aposentar antes da hora

Imagine um político de carreira, já com mais de 60 anos, considerado por muitos como um "dinossauro" fora de sintonia com os novos tempos. Esse homem era Winston Churchill na década de 1930. Depois de uma trajetória cheia de altos e baixos, ele foi visto como uma figura do ado, alguém cujas ideias soavam antiquadas. Mas quando a Segunda Guerra Mundial estourou, foi justamente essa experiência — essa visão lapidada por décadas de erros e acertos —que ajudou a salvar o mundo. Churchill não inventou um aplicativo, não disruptou um mercado. Ele simplesmente sabia como liderar em tempos de caos. E isso fez toda a diferença.

The Elders: Quando os sábios se unem para guiar o mundo

Nelson Mandela, outro gigante da história, entendeu como poucos o valor da maturidade. Em 2007, já com 89 anos, ele criou The Elders — um grupo formado por ex-líderes globais como Kofi Annan, Jimmy Carter e Graça Machel (até mesmo Fernando Henrique Cardoso faz parte deste grupo!). A ideia era simples: reunir pessoas que já haviam vivido guerras, crises e revoluções para ajudar a resolver os problemas que assolam a humanidade. Eles não têm o ímpeto da juventude, mas trazem algo ainda mais valioso: a perspectiva de quem já viu o ciclo se repetir e sabe onde estão as armadilhas.

O preconceito silencioso que as empresas ainda precisam superar

Apesar desses exemplos, o mercado de trabalho ainda trata profissionais mais velhos com uma desconfiança injusta. Quantos currículos são descartados só porque a idade do candidato não "combina" com a "cultura jovem" da empresa? O Coronel Sanders, fundador do KFC, foi rejeitado mais de 1.000 vezes antes de conseguir vender sua receita de frango aos 65 anos - a mesma idade em que muitos profissionais hoje são incentivados a se aposentar. Seu segredo? Uma pitada extra de persistência e décadas de lições aprendidas em fracassos anteriores. Quantos talentos são perdidos porque alguém decidiu que experiência é sinônimo de resistência à mudança?

A verdade é que profissionais seniores trazem algo que não se ensina em curso rápido: a capacidade de enxergar além do imediatismo. Eles já viram modas arem, já cometeram erros (e os corrigiram), já lideraram equipes em momentos de crise. Não são apenas funcionários—são mentores naturais, guardiões de conhecimento que pode desaparecer se não for valorizado.

O que podemos aprender com isso?

Churchill, Mandela, Coronel Sanders e muitos outros nos lembram que há certas coisas que só o tempo ensina. Não se trata de desvalorizar os jovens — afinal, a inovação também é essencial, mas de entender que uma sociedade verdadeiramente sábia sabe equilibrar o novo com o experiente.

Talvez seja hora de repensarmos nossa obsessão pelo "eterno recomeço" e começarmos a valorizar aqueles que já percorreram longos caminhos. Porque, no fim das contas, é a mistura de gerações, o entusiasmo jovem com a serenidade dos mais vividos, que constrói legados que realmente duram.

*Por Roberto Dranger, sócio-fundador da Átina Consulting.

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