DIVERSIDADE

Mulheres no TI: na prática, a teoria é outra 5d226w

Mesmo com mercado aquecido e diversidade em alta, reingressar no setor é difícil. e262z

22 de dezembro de 2021 - 09:12
A Cruzando Histórias é uma organização sem fins lucrativos que busca reinserir mulheres na vida profissional Foto: divulgação

A Cruzando Histórias é uma organização sem fins lucrativos que busca reinserir mulheres na vida profissional Foto: divulgação

O mercado para profissionais de tecnologia está aquecido e muitas empresas estão colocando diversidade das suas equipes entre as prioridades do RH. 

Em tese, condições ideais para uma mulher conseguir um emprego na área de tecnologia. 

Na prática, a teoria é outra, como mostra uma olhada nas histórias de vida das participantes do Back to Work, um programa de reinserção no mercado de trabalho realizado pela ONG Cruzando Histórias com patrocínio da Amdocs, uma multinacional de soluções para o segmento de telecomunicações.

O curso trouxe conteúdos sobre gestão de carreira, melhorias de habilidades para profissionais de TI e acolhimento psicológico focados em aumentar a empregabilidade de mulheres no setor.

“O mercado de tecnologia está superaquecido, mas as mulheres ainda encontram dificuldades para á-lo”, resume Bia Diniz, presidente e fundadora da Cruzando Histórias.

Uma conversa com algumas das participantes mostra uma versão em miniatura de porque, apesar da demanda, muitas mulheres ainda têm problemas em conseguir uma posição na área de TI.

Aretha Martins é analista de sistemas e conta que se afastou do mercado de trabalho por problemas de saúde. Questões de insegurança foram um dos grandes desafios para ingressar na área. 

“Tive um professor que dizia que a parte de códigos não era pra mulher, isso me desmotivou e eu acabava focando mais em banco de dados. Eu não tinha nem coragem de me candidatar para algumas vagas, cheguei a negar propostas por acreditar que não estava preparada”, afirma Martins.

Solucionar ou diminuir problemas de autoestima é um dos desafios do acompanhamento psicológico trazido pelo projeto. 

Algumas participantes afirmam ter tido experiências de discriminação no setor de TI. Apesar do aumento do número de mulheres formadas na área, o universo da tecnologia é ainda avassaladoramente masculino.

Segundo o INEP, o número de mulheres que se formam em computação ou engenharia cresceu 125% de 2010 a 2017. Mas, para cada dez pessoas que se formam em um curso superior da área, apenas duas são mulheres.

“Já cheguei a ouvir de cliente ‘chama um cara bom pra te ajudar’ acho que é por isso que tem muita menina que desiste” conta Suzani Prado, outra analista participante do projeto.

 Fabianna Magalhães tem 39 anos, é mãe de duas meninas e conta que a falta de flexibilidade de horário para cuidar das filhas, baixo salário e dificuldade etária também são desafios que afastam as mulheres da área.

“Até recebi muitas propostas mas com o salário muito pequeno, mesmo eu que tinha bastante experiência”, afirma Magalhães.

Segundo estudo do IBGE de 2019, mulheres recebem 26,5% a menos do que homens na mesma função. Já na área de tecnologia, segundo levantamento realizado pela empresa de recrutamento Revelo as empresas pagam 15,8% a mais aos homens que às mulheres.

“Em uma empresa com o horário flexível é possível marcar um pediatra para minha filha e deslocar o meu horário quando necessário. Flexibilidade é você poder incluir a sua vida pessoal na rotina”, complementa Magalhães.

As aulas do Back to Work incluíram uma mentoria de carreira que auxiliou os 20 participantes a usarem o perfil no Linkedin, terem um desempenho melhor em entrevistas e uma atualização sobre temas relacionados à tecnologia trazidos pela Amdocs, como cloud computing, AWS, istração de banco de dados, entre outros.

“O Back to Work foi um divisor de águas, porque eu conheço mais sobre telecom e obtive conhecimentos práticos magníficos, além da rede de apoio que se tornou nosso grupo de acolhimento e muita sororidade com mulheres que se ajudam mutuamente”, afirma Magalhães. 

A primeira turma foi finalizada em agosto e teve resultados considerados positivos pelos organizadores, com 42% das participantes recolocadas no mercado de trabalho.

“A Amdocs tem essa responsabilidade corporativa, no nosso dia a dia a gente já vê a dificuldade de empregar mulheres”, afirma Misia Meyknecht, líder do time de aquisição de talentos da Amdocs.

A dificuldade se vê também na meta da Amdocs, que trabalha com a meta de chegar a 10% de participação feminina no seu time no Brasil. Com 32 anos de mercado, a Amdocs tem mais de 24 mil funcionários em 90 países. 

Com sede em São Paulo, a Cruzando Histórias é uma organização sem fins lucrativos que busca reinserir mulheres na vida profissional através de projetos e workshops para empresas. 

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