
Uma semana depois de disponibilizar a versão 8 do Windows em fase de teste, a Microsoft aproveitou o keynote do COO Kevin Turner na Cebit para tranquilizar os clientes corporativos que já fizeram investimentos na versão anterior do programa.
O peixe: o Windows 8 é a solução para o dilema da consumerização de TI.
Durante sua apresentação, Turner chamou ao palco o diretor sênior para Windows da Microsoft, Erwin Visser, que mostrou como as aplicações do Windows 8 Metro – a versão para tablets do novo sistema operacional, baseado na interface do Windows Phone – vão poder rodar lado a lado com programas do Windows 7.
Amigo dos antigos
No exemplo mostrado por Visser, uma planilha de Excel e uma texto de Word do Windows 7 dividiam a tela com uma aplicativo da Bloomberg para a plataforma Metro com atualizações em tempo real da bolsa de valores.
Ou seja, tablets com Metro serão totalmente compatíveis com as aplicações no PC com o Windows 8, abrindo a possibilidade de unificação das plataformas móveis e desktop.
“Por muito tempo, as opções dos CIOs eram excludentes: permito o uso de tables ou mantenho a segurança? Com o Windows 8 essa barreira será superada”, afirmou Turner.
Outra isca para vender a migração para os CIOs é o chamado Windows to Go, a possibilidade do usuário levar o sistema operacional em um pen drive, fazendo o instantâneo em qualquer computador.
Diante de “tantas virtudes”, o executivo não poupou elogios para o lançamento: “Acredito que é uma das coisas mais importantes que a Microsoft já fez, se não for a mais importante”, afirmou o diretor.
Lembranças do XP
A preocupação em migrar a base de clientes não é gratuita.
O Windows XP, versão do sistema operacional da Microsoft lançada há mais de 10 anos, ainda tem 47% de participação de mercado no mundo, seguido pelo Windows 7 (36%) e pelo Vista (8%). Há dois anos, o XP respondia por 66,7%.
Considerado leve e amigável, o programa teve boa receptividade no mercado, tanto que sobreviveu ao Windows Vista e, na carona, manteve o navegador Internet Explorer 6 na ativa por um bom tempo.
Agora, o Windows 8 vem com as promessas de compatibilidade de software e de hardware – segundo o site oficial da Microsoft, ele rodará em máquinas compatíveis com o Windows 7 e Vista.
Uma vez que o Windows 7 atendeu às expectativas da empresa, a tendência seria de que o Windows 8 absorva a base com tranquilidade, até porque, o sistema dá uma guinada para o gadget do momento, os tablets.
Há, no entanto, quem não aposte nisso.
Dúvidas no ar
O relatório Worldwide System Infrastructure Software 2012 Top 10 Predictions, da consultoria IDC, prevê que o Windows 8 – versão que promete uma interface mais amigável em tablets – não será uma ameaça ao iOS, da Apple.
Além disso, o documento aposta numa resistência ao novo sistema por parte de quem já tem o Windows 7.
“O Windows 8 será amplamente irrelevante para os usuários de PCs tradicionais, e nós esperamos que não exista efetivamente uma atividade de upgrade”, diz o documento.
Briga no mercado
Dados da empresa de estatísticas NetApplications indicam que o Windows tem hoje 92% de mercado, seguido por Mac OS (6%) e Linux (1%). O Windows 7 responde por 35% dos computadores do mundo. A versão mais usada do sistema operacional da Microsoft é o XP, com 49%.
No caso das plataformas móveis, segundo a mesma empresa, o iOS lidera, com 54% de participação, seguido pelo Java ME (20%) e pelo Android (17%).
Os dados são apurados a partir dos os a sites cadastrados na NetApplications.
* Maurício Renner cobre a Cebit 2012 à convite da Softsul