
Abraham Weintraub, ministro da Educação. Antonio Cruz/ Agência Brasil
O Ministério da Educação acredita que há “fortes indícios de sabotagem" nos sites que prestam serviços para a população, assim como no seu próprio sistema interno, e chamou a Polícia Federal para investigar o assunto.
A revelação foi feita pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante uma coletiva de imprensa convocada para falar do assunto em Brasília nesta quinta-feira, 08.
“Os serviços estão caindo de forma que a gente não consegue explicar tecnicamente. Há indícios de sabotagem”, afirmou Weintraub.
A coletiva foi rápida e a participação de Weintraub mais rápida ainda, então não ficou claro que tipo de sabotagem o MEC acredita ter encontrado, se seria um ataque externo ou produto de ações internas de servidores públicos.
Daniel Miranda Pontes Rogério, diretor de Tecnologia da Informação do Ministério da Educação, estava presente e revelou que o Simec, “o principal sistema de negócios do ministério”, também está sofrendo problemas.
A parte mais visível dos problemas é de cara ao público: sites como o do Programa Universidade para Todos (Prouni), do crédito educativo Fies e sistema Presença, que é pré-requisito para receber o Bolsa Família, estiveram fora do ar ou intermitentes.
Sites como o Prouni costumam sofrer quedas, já que tem os concentrados em determinados períodos, o que torna difícil alocar a infraestrutura correspondente.
O que Weintraub alegou hoje, no entanto, é bem diferente: uma sabotagem significaria uma ação deliberada de alguém para prejudicar o funcionamento dos serviços.
A acusação de sabotagem, que poderia ser operada desde dentro do Ministério da Educação, acontece no meio de uma briga pública de Weintraub com o setor de educação brasileiro, principalmente em nível público.
Executivo do mercado financeiro com mais de vinte anos de experiência, ex-diretor do Banco Votorantim e sócio na Quest Investimentos, Weintraub chegou no ministério da educação com uma agenda de redução de gastos e críticas ao que considera a “balbúrdia” imperante nas universidades federais.
Mais recentemente, Weintraub fez críticas ao educador Paulo Freire, tido como um ícone por boa parte das lideranças em educação pública no país, provocando reações ultrajadas e protestos das organizações estudantis.
A eventual descoberta de sabotadores dentro do Ministério da Educação, possivelmente ligados à oposição, sem dúvida reforçaria a posição de Weintraub na briga com o establishment do setor educacional.