
Amaury Gallisa.
A MicroStrategy tem planos de expansão no Brasil em 2019, simbolizado por uma nova sede a ser inaugurada em São Paulo nos próximos meses.
De acordo com o Amaury Gallisa, o novo vice presidente para América Latina da companhia, a ideia é que o espaço possa receber uma ampliação do time da MicroStrategy na área técnica e de canais, além de abrir iniciativas de formação de mão de obra para o segmento de analytics.
“Estamos no Brasil há 20 anos e temos uma base sólida de clientes nas áreas de governo, telecomunicações a varejo”, resume Gallisa, que assumiu o cargo há pouco mais de 90 dias.
Gallisa foi VP para a área de software na América Latina da HPE, ando um curto período depois na Micro Focus, para quem a HPE vendeu o negócio de software.
O novo VP deve ser parte de uma tentativa da MicroStrategy de dar uma sacudida na região, que era comandada por Flávio Bolieiro, executivo que abriu as portas da empresa no Brasil em 1999.
Também aconteceram mudanças no Brasil: Celso Oliveira, ex-gerente geral da Quest para América Latina, assumiu logo depois o cargo de country manager na MicroStrategy Brasil. Oliveira entrou no lugar de Cynthia Bianco, que esteve no cargo por sete anos, saindo em outubro de 2018.
Em conversa com a reportagem do Baguete, no entanto, Gallisa manteve um tom cauteloso e estabeleceu como prioridade “servir e ampliar a presença na base de clientes”, seguido por “ampliar a presença em novos setores”.
“Há muitas oportunidades para expandir o uso de analytics dentro de uma mesma empresa. O que antes era uma demanda dos executivos hoje na pauta das gerências também”, acredita Gallisa.
Gallisa é um executivo americano, mas com bastante experiência quando o assunto é América Latina.
Além da HPE, ou também por cargos de VP para América Latina no negócio de software da Dell; de VP de canais mundiais da VMware e de VP para Americas da BEA Systems.
A MicroStrategy vive uma situação algo peculiar no universo de software de BI.
Fundada em 1989, a MicroStrategy faz parte da primeira geração de empresas de Business Intelligence, junto com Business Objects e Cognos.
Mas, enquanto a Cognos e a Business Objects foram compradas por IBM e SAP, a MicroStrategy seguiu uma empresa independente e entrou numa certa estagnação
O período de maior crescimento foi no começo dos anos 90.
Em 2017, a receita foi de US$ 505 milhões, uma queda de 1,49%, mais uma em uma série de pequenos declínios desde 2015, quando a empresa caiu 8,62%. Nos últimos 15 trimestres, a empresa cresceu em três.
Além dos seus concorrentes tradicionais, agora parte do portfólio dos gigantes de software, a MicroStrategy compete ainda com uma série de novos players com soluções mais simples, dentro do segmento de visualização de dados, com nomes como Qlik e Tableau, por exemplo e outras empresas que apostam no mercado de Big Data, como a Hortonworks.
Gallisa acredita que a MicroStrategy pode ocupar um local central nessa nova configuração do mercado de software de análise de dados.
“Nós podemos ser o elo que une com segurança e confiabilidade as informações internas das empresas com o universo não estruturado do Big Data, colocando essas informações na ponta em softwares de visualização”, garante Gallisa.