Paulo Vizaco.
A Kingston vai lançar no segundo semestre uma nova campanha focada em canais para o mercado brasileiro.
O plano da companhia é conquistar 4 mil novas revendas, focando sua atuação em canais de pequeno e médio porte, assim como a especialização destas empresas para a criação de ofertas otimizadas.
“Empresas que trabalham com componentes para servidores, por exemplo, podem agregar as memórias da Kingston nas vendas”, explica Paulo Vizaco, country manager da Kingston no Brasil.
Atualmente, a Kingston tem um programa com 10 canais corporativos que são treinados e acompanhados diretamente pela empresa. As revendas são Accept, Brascin, Compacta Tecnologia, InfoMaster, iTech, Grupo Torino, Microcity, Microware, Planus e Wintronic.
Com a nova estratégia, a companhia busca ampliar e espalhar a presença de revendas, hoje muito focada na região sudeste do Brasil.
Em 2014, a Kingston faturou US$ 5,5 bilhões globalmente. No Brasil, os negócios tiveram alta de 24%, mas a empresa não revela valores locais.
Também faz parte do plano educar as revendas e os consumidores sobre o portfólio da Kingston, que é normalmente conhecida como uma “empresa de pen drives”.
Por falar em pen drives, o mercado de memória flash , que é o carro-chefe da Kingston, já está deixando para trás estes drives como o principal ponto de consumo.
Segundo dados do ZDNet, em 2014 foram os chips de microSD - usados para expandir memória em dispositivos móveis - os principais propulsores deste segmento, que teve um tímido crescimento de 2%. Só os chips microSD tiveram um aumento de 11% em vendas.
De acordo com analistas, os pen drives USB e cartões de memória tradicionais estão com vendas em declínio.
No segmento de varejo, a Kingston fica atrás da SanDisk e à frente da Transcend. As três marcas juntas respondem por 50% de toda a receita global com dispositivos de storage para consumidor.
Para atacar também o segmento corporativo, a multinacional aposta em um portfólio composto por pen drives criptografados, memórias RAM, unidades SSD, cartões de memória e um leitor wireless, o MobileLite, que serve como memória extra para dispositivos móveis, carregador portátil, e também compartilha dados via wi-fi.
Além disso, a companhia quer ir além da venda de produtos, fazendo um papel de consultor e oferecendo as soluções mais adequadas aos clientes, por intermédio de seu ecossistema.
“Quando treinamos os canais, queremos que eles conheçam o melhor produto para cada situação. Apesar do preço do SSD ser mais alto do que um HD, o primeiro é focado em performance, não em storage, então pode ser uma vantagem utilizar um SSD com capacidade menor do que investir em um HD de 1TB, por exemplo”, relata Vizaco.
Para mostrar as possibilidades aos consumidores, a empresa aposta em materiais para e-commerce, investindo em vídeos, fotos e descrições detalhadas para apresentar os produtos. Além da KingstonStore, os produtos da empresa estão em mais de 15 lojas virtuais, como Walmart, Americanas, Kabum e Clube da Memória.
Apesar de trabalhar com produtos de armazenamento físico, a Kingston afirma que vê uma oportunidade de mercado com a crescente oferta de storage na nuvem.
“Para oferecer espaço em nuvem, as empresas precisam investir em data center, e aí entram as memórias da Kingston”, afirma Vizaco.
Outro desafio para a empresa são as vendas de PCs, que, segundo a IDC, teve queda de 26% no Brasil em 2014.
“Nesse momento, em que a produção de PCs sofre pois as empresas e consumidores não vêem o momento como ideal para comprar, trabalhamos com o upgrade, mostrando como uma atualização pode gerar maior performance no parque instalado”, completa.
Para colaborar com a visão que a empresa deseja ar, a Kingston lançou um novo posicionamento corporativo. Chamado de “chasing better”, a empresa tem a intenção de mostrar características como qualidade de produto e busca por melhores soluções.
“Queremos demostrar a visão de agregar valor, e não apenas de uma empresa de commodity”, afirma Fabio Bottallo, gerente de Marketing da Kingston.
Para demostrar a preocupação com a qualidade, a empresa afirma que testa 100% dos itens produzidos. Para isso, a fábrica da companhia tem 66% de seu espaço ocupado por equipamentos de testes.
* Júlia Merker viajou a São Paulo a convite da Kingston.