Compute Stick, uma das apostas da Intel.
Após décadas fornecendo os chips e poder de processamento para milhões de PCs ao redor do mundo, a Intel enfrenta dificuldades com a queda do segmento de computadores tradicionais. Entretanto, a companhia acredita que o mercado sobreviverá, mas em novas facetas.
Para Anand Srivatsa, diretor de U e linhas de produtos da Intel, a companhia espera que o aquecimento de segmentos como o de notebooks ultrafinos, híbridos 2-2m-1 (tablet e notebook), assim como a criação de novos produtos mantenha vivo o PCs, mesmo com a insurgência de smartphones e vestíveis inteligentes.
"Para tarefas de produtividade ou que exigem maior processamento, como jogos de última geração, os usuários ainda querem uma performance e experiência mais confortável e imersiva, algo que só o PC pode dar", afirmou o executivo.
Além dos PCs portáteis, como é o caso de notebooks, a empresa também espera emplacar tecnologias como o Compute Stick, um computador do tamanho de um pendrive (bem grande) que pode ser ligado a uma televisão por meio da entrada HDMI. Ainda não disponível no Brasil, no exterior o produto custa US$ 149.
"É um computador, capaz de rodar Linux ou Windows e completamente plug and play. Esperamos atender desde executivos que querem facilmente rodar documentos ou apresentações, até o consumidor final que quer usar o dispositivo como um centro de entretenimento, rodando serviços online, música ou vídeos", explicou Srivatsa.
Atualmente, a produção de processadores corresponde ainda a 60% do faturamento da Intel, um número que pode cair nos próximos anos. Segundo o IDC, em 2017 o mercado deve ter um decréscimo de 4,1% em relação a 2016. Entretanto, a companhia está vendo resultados que aponta uma consolidação do mercado no futuro.
Para CJ Bruno, VP de vendas e marketing da Intel para as Américas, o mercado atual de PCs está defasado, com meio bilhão de unidades com quatro ou mais anos de idade. Para o executivo, isso representa uma grande oportunidade a curto prazo.
"Assim como evoluímos nossa família de chips, as fabricantes fizeram grandes avanços em performance, design, experiência e preço. O consumidor está percebendo isso", avaliou o VP.
Um dos avanços apontados pela companhia foi o crescimento das vendas de "mini PCs", consoles de dimensões reduzidas em relação aos tradicionais desktops, que podem ser ligadas a uma TV e periféricos sem fio.
Para a Intel, assim como diversas fabricantes de PCs como Dell e HP, o Windows 10 também representa uma grande oportunidade de injetar vida no segmento. O plano da Microsoft é levar o novo sistema operacional a cerca de 1 bilhão de dispositivos, migrando aparelhos já existente e despertando o desejo do consumidor em comprar novos PCs.
No espectro corporativo, a Intel também estabeleceu parcerias com fabricantes para embarcar computadores em novas ofertas. No Brasil, a companhia se alinhou com produtoras como Accept e Digifort em ofertas de soluções integradas de hardware e computação para varejo e segurança.
"Estamos engajados no fortalecimento de nosso ecossistema de hardware no Brasil, que estão aproveitando nossas inovações em mini PCs para embarcar maior automação, inteligência e memória em seus produtos", explicou David González, diretor geral da Intel no Brasil.
Para Srivatsa, as possibilidades ao embarcar o PC em soluções automatizadas são animadoras para a Intel.
"O PC pode estar tanto em uma TV como em uma máquina inteligente de venda automatizada. Ele não está indo embora. Ele vai assumir diversas formas além da que tradicionalmente conhecemos", finalizou o executivo.
* Leandro Souza viajou a São Paulo para o Intel Innovation Week a convite da Intel.