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Diego Utge. Foto: divulgação.
A Ingram Micro imprimiu um ritmo acentuado de mudanças em sua presença no Brasil durante os últimos dois anos. O maior o nessa direção partiu da aquisição da Ação Informática, uma das mais tradicionais empresas de distribuição no país, no ano ado. Desde então, a empresa vem trabalhando na consolidação de ambas as operações.
Segundo Diego Utge, diretor geral da Ingram Micro no Brasil, para 2016 o plano é aumentar ainda mais a sinergia entre as duas marcas, mirando um crescimento de 10% a 15% em seu faturamento em relação ao ano anterior.
Em 2015, a Ingram registrou um crescimento de aproximadamente 17% no país, enquanto a Açao ficou na marca de 20%. Hoje em dia, as duas empresas somam mais de 10 mil canais no país.
Em 2014, último ano com dados divulgados, a Ação faturou R$ 1,2 bilhão, uma alta de 23% frente aos resultados do ano anterior. A Ingram não revela resultados regionais, mas tem um faturamento global na faixa do US$ 43 bilhòes.
"Investimos na sinergia entre as duas marcas, estabelecendo estratégias de cross-selling entre os portfólios das duas companhias e um maior foco em cloud", afirmou Utge.
Ao somar o portfólio do Grupo Ação, a Ingram ou a contar com cerca de 70 marcas no país. A Ingram é uma das principais distribuidoras Cisco e HP no país, enquanto a Ação se estabeleceu no país como distribuidora IBM e Oracle, principalmente.
O fortalecimento apontado pela Ingram e Ação vem em um momento em que outros nomes internacionais de distribuição, como a norte-americana ScanSource, que comprou a Network1 em 2014, e a inglesa Arrow, que comprou a CNT/Brasil no mesmo ano.
Vale lembrar que as aquisições chegaram em um momento complicado (e favorável para o dinheiro estrangeiro) para o setor de distribuição, que teve queda de 5% em 2014 e 8% em 2015. O cenário chegou a provocar impactos no mercado local, como a queda da poderosa Officer no ano ado.
Para Enio Issa, ex-presidente do Grupo Ação e agora diretor executivo na Ingram Micro Brasil, a posição da companhia é diferente dos recém-chegados concorrentes.
Segundo o executivo, a fusão das duas companhias aconteceu quando ambas estavam em um bom momento de mercado, um diferencial em relação a outras investidas de distribuidoras multinacionais no mercado brasileiro.
"É preciso entender que aquisições nem sempre resultam em integração de operações. Quanto maiores os negócios e portfólio, mais é preciso estabelecer estratégias organizadas para gerar resultados", completa Utge.
Outra mudança recente para a Ingram foi o anúncio da intenção de compra da empresa pelo conglomerado chinês de aviação, logística e turismo HNA, um negócio avaliado em US$ 6 bilhões.
Embora o negócio não tenha sido fechado ainda, Utge afirma que ele trará impactos positivos para a operação brasileira da companhia, tanto na parte financeira como operacional.
"É uma das empresas de maior capitalização do mundo, o que nos dá segurança para buscar investimentos para o Brasil. Além disso, a presença logística da companhia pode trazer benefícios como redução de custos para equipamentos importados, por exemplo", explica Utge.