
O ano de 2017 será de retomada de projetos de TIC. Foto: Pixabay.
A IDC Brasil acaba de divulgar suas previsões para o setor de TIC em 2017. No Brasil, a perspectiva para o ano é de um crescimento de cerca de 2,5% em relação a 2016.
O resultado será puxado pelo segmento de TI, que deve crescer 5,7%. Já a área de telecom deve permanecer estável, com aumento de 0,4% no período.
Para Denis Arcieri, diretor geral da IDC Brasil, agora é o momento de retomar projetos, com um cenário mais previsível no âmbito político, e principalmente, no contexto econômico.
“Não há mais espaço para postergar projetos de transformação e inovação e mais de 6% dos CIOs pretendem investir para melhorar a estratégia de entrega multicanais em 2017”, diz ele.
A IDC aponta o processo de transformação digital (DX) como um caminho sem volta para as empresas em busca de eficiência e competitividade. Segundo uma pesquisa recente, pouco mais de 10% das empresas no Brasil já investem cerca de 5% de seu faturamento em tecnologias inovadoras.
A transformação digital se baseia em cinco pilares – liderança, omni-experience, informação, modelo de negócio e fonte de trabalho - que permeiam diferentes tecnologias e segmentos do mercado de TIC que se destacam nas previsões da IDC para este ano.
“A transformação digital interfere em diversos aspectos, na medida em que novas competências tecnológicas alavancam mudanças e impulsionam novos modelos de negócios, integração de produtos e serviços físicos e digitais, melhores experiências dos clientes, e mais eficiência operacional e organizacional”, diz Luciano Ramos, gerente de Pesquisa e Consultoria de Software e Serviços da IDC Brasil.
De acordo com as previsões da IDC, o segmento de telecom se manterá estável em 2017 e coerente com a tendência dos últimos anos, continuando a se digitalizar, com aumento no consumo de dados e redução na base de voz.
O mercado corporativo segue em declínio, compensado pelo crescimento do mercado residencial. O número de conexões 4G vai ar de 108 milhões no Brasil, representando 40% da base total.
A utilização de serviços OTT (Over the Top) deve continuar crescendo e gerando mais tráfego, principalmente de vídeo, assim como modelos “0800 de dados” e “zero-rating”, que permitem o o gratuito a determinados serviços, sem cobrança de dados.
“Atualmente há também grandes oportunidades para as operadoras em TI e segurança, por conta de serviços baseados na nuvem, data center e software como serviço”, comenta André Loureiro, gerente de Pesquisa e Consultoria de TIC da IDC Brasil.
Depois de um ano conturbado, os investimentos em segurança devem ser retomados e ampliados já no primeiro semestre e ultraar US$ 360 milhões até o final de 2017.
As principais áreas de interesse dos gestores de segurança para novos projetos são gestão de identidades (IAM), com 58% de intenções de investimento, e correlação de eventos (SIEM), com 57% de intenções.
Um desafio para esses executivos será endereçar cenários de IoT (Internet das Coisas) complexos, por meio do endurecimento e da padronização de práticas de segurança para dispositivos conectados.
De acordo com Ramos, hoje cerca de 79% dos executivos de segurança não consideram que as práticas para lidar com segurança da informação em IoT estejam bem definidas no mercado.
A previsão é de que o ecossistema de IoT no Brasil dobre de tamanho até o final da década, superando US$ 13 bilhões. O avanço do IoT estará conectado com o uso de Analytics, fundamental para transformar dados em valor para os negócios, e com computação em nuvem, que será a plataforma para processamento desses dados - até 2019, cerca de 43% dos dados de IoT serão tratados na nuvem.
O IDC também destaca o blockchain (banco de dados distribuído que guarda um registro de transações permanente e à prova de violação) como um elemento importante de transformação digital que continuará em ritmo lento. Alguns projetos foram desenvolvidos em 2016 e outros virão ao longo de 2017.
Já o mercado de business analytics software crescerá 4,8% em 2017, movimentando US$ 848 milhões no Brasil.
A tecnologia de inteligência artificial também merece destaque, assumindo uma posição importante à frente da mudança das fontes de trabalho nas organizações. A expectativa é que nos próximos três anos o mercado quintuplique os investimentos nesta tecnologia, ainda em fase inicial, para atendimento inteligente ao cliente, respostas automatizadas e chatbots.
O mercado de smartphones, que apresentou queda nas vendas em 2016, voltará a ganhar fôlego em 2017, com previsão de crescimento de 3,5% em unidades em comparação ao volume do ano ado.
A troca média dos aparelhos, de acordo com o IDC, ocorre a cada dois anos e pelo menos 37% da base instalada ativa foi adquirida antes de 2015.
A tecnologia AR/VR (Realidade Aumentada/Realidade Virtual) aparece com boas perspectivas em 2017. A previsão da IDC é que o mercado brasileiro dobre em unidades, ultraando a barreira dos 100 mil produtos.
Vista como tendência há pouco tempo, a computação em nuvem chega em 2017 como mainstream. De acordo com a IDC Brasil, o mercado de cloud pública deve crescer 20% neste ano, atingindo US$ 890 milhões.
Na migração das empresas para a nuvem, um papel que ganha importância é o dos cloud brokers. Até 2018, 85% dos ambientes serão multicloud, conjugando serviços de mais de uma nuvem pública para atender suas necessidades de negócios.
A previsão é de que eles terão uma fatia significativa nas receitas dos provedores, chegando a 50% dessas receitas até 2020.