
José Gonçalves. Foto: divulgação.
Tão novas tendências, a nuvem e a mobilidade poderão trazer de volta os já quase cinquentões mainframes.
Foi o que apontou José Carlos Duarte Gonçalves, diretor de tecnologia da IBM Brasil, em keynote apresentada na BITS 2012 nessa terça-feira, 15, em Porto Alegre.
Segundo o executivo, os 48 anos de evolução da informática estão retomando um conceito básico da década de 1960, quando o primeiro mainframe IBM foi lançado: a centralização.
COMPUTADOR UNIVERSAL
De acordo com o palestrante, o modelo tradicional de centralização foi quebrado aos poucos, com os client servers e os PCs, criando a computação pessoal, nos anos 1980.
Na sequência, a internet comercial trouxe a conexão das máquinas de volta.
Aos poucos, o poder de processamento e conexão que o usuário tinha sobre a mesa chegou aos dispositivos móveis – que em número tiveram um aumento de 10 vezes desde 2006.
Daí é fácil chegar ao próximo o: “a nuvem”, sugere.
“Tudo está na nuvem, que nada mais é do que o computador universal. Ou seja, estamos centralizando tudo de novo”, resume Gonçalves.
O conceito resume as 11 tendências que devem ditar a TI nos próximos anos. São elas: nuvem, virtualização, mídias sociais, mobilidade, big data, analytics, computação semântica, interação homem máquina, segurança e sustentabilidade.
Em comum, a cloud computing, lar do social business, do grande volume de dados gerado pelos usuários e fator chave na sustentabilidade.
COMO APROVEITAR?
Apesar das tendências de uso, muitos gestores de TI ainda estão com a cabeça na década de 1960, e se mostram resistentes à migração para a nuvem, teorizou Duarte Gonçalves.
Uma pesquisa do instituto Gartner realizada no ano ado apontava que muitos dos CIOs no Brasil anida têm medo da nuvem. O temor, no entanto, é injustificável para o engenheiro da Big Blue.
Segundo Gonçalves, vantagens como instalações de sistemas operacionais, processamento de testes e instalações de bases dados que levavam dias ou semanas serem reduzidas a minutos deveriam convencer os executivos das vantagens.
“Além disso, nossas pesquisas apontam para uma redução de51% nos custos de ambiente de processamento”, argumenta.
APPs E DADOS, NÃO INFRA
Um dos reflexos desse movimento é a importância cada vez menor que a internet tem para o usuário.
Pode parecer um um paradoxo, mas Gonçalves explica.
“Perguntei para uma sobrinha como ela usa a internet. Ela disse: eu não uso a internet, eu uso o Facebook! Quer dizer, as novas gerações estão consumindo serviço, e não infraestrutura. A infraestrutura já está lá para eles”, ilustra.
Acompanham os APPs a criação de conteúdo.
Dados devem chegar aos zetabytes de criação em base diária nos próximos anos. Uma enxurrada que imporá desafios cada vez maiores de infraestrutura.
“Eu sou do tempo em que você tinha que entrar em um prédio e fazer o logon para ter o a certos dados, hoje eu faço isso no celular, se a internet for boa”, destaca Gonçalves.
O Baguete Diário faz a cobertura completa do evento com apoio da Softsul.