O presidente da Oracle, Mark Hurd, não esconde sua empolgação com o Brasil.
Durante palestra no Oracle Open World, nesta terça-feira, 07, em São Paulo, o executivo louvou o país como um dos mercados "mais promissores e atraentes para a companhia".
Hurd indicou duas justificativas para seu entusiasmo. Uma, a resistência à crise, outra, a infraestrutura de base tecnológica das empresas, que, segundo ele, "já está consolidada, preparada para a inserção de aplicativos", uma oportunidade para a base de 3 mil produtos da multinacional.
"O Brasil não é um mercado interessante: é um dos mais interessantes para nós. Na mais recente crise mundial, o país foi um dos menos atingidos globalmente. Por aqui, assim como em toda a América Latina, os empresários sabem ver crises como oportunidades de negócio, e não de pavor", declarou Hurd.
O presidente, entretanto, é econômico quanto aos detalhes sobre planos para o país. Perguntado sobre estratégias objetivas para o mercado brasileiro e latino-americano, limitou-se a afirmar: "o que posso dizer é que estou aqui, e isso já diz muito".
O único indício relativo a investimentos locais revelado por Hurd foi quanto à franca possibilidade de expansão da equipe - hoje, são cerca de quatro mil funcionários na América Latina, número que há dois anos ficava em 1,5 mil.
"A região também concentra 18 mil clientes, além de dois mil parceiros e três centros de pesquisa e desenvolvimento na Argentina, Chile e México", detalhou o executivo.
De acordo com o executivo, o momento é "positivo" para mais investimento em P&D na América Latina. Hurd não revelou se o Brasil seria um destino para o quarto centro de pesquisa. O orçamento da área em 2010 foi de US$ 3,1 bilhões.
Hurd também aproveitou o discurso para destacar os dois mais recentes lançamentos da Oracle na estratégia de integração hardware/software, resultante da compra da Sun Microsystems.
Um deles, o Oracle Exadata Database Machine X2-8, que combina hardware Sun padrão para storage com soluções de gestão de dados da Oracle.
"É uma solução que pode ampliar em 50 vezes o desempenho de empresas no tratamento de dados. E isso varia muito: em alguns clientes, como é o caso da Piraquê, o desempenho subiu 240 vezes", afirmou Hurd, citando o caso de uma fabricante carioca de biscoitos, massas e margarinas.
Conforme o presidente, o poder da nova solução vem da simplicidade.
"O Exadata trabalha apenas com banco de dados Oracle, por exemplo. Isso já limpa toda a camada de identificação de outros conteúdos, trazendo ganhos, otimizando tempo", argumentou. "O segredo do Exadata é que trouxemos a inteligência para os dados, e não o contrário", finalizou Hurd.
Em todo o mundo, a Oracle possui 104 mil funcionários e atende a mais de 370 mil clientes, sendo 285 mil em banco de dados, 95 mil em Fusion Middleware e 65 mil em aplicativos.
Já a rede global de parceiros soma 21 mil, entre ISVs, VARs e revendas. O número de desenvolvedores parceiros também chega a 21 mil.
No Brasil, a companhia mantém sede em São Paulo e filiais em Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro.
* Gláucia Civa cobre o Oracle Open World à convite da Oracle