
Meg Whitman. Foto: divulgação
No quarto trimestre do ano fiscal de 2012, encerrado em 31 de outubro, a HP teve prejuízo de US$ 6,8 bilhões, contra lucro líquido de US$ 239 milhões do mesmo período de 2011. Na receita, a queda foi de 7%, para US$ 32,1 bilhões.
No consolidado do ano fiscal, o prejuízo foi de US$ 12,6 bilhões, ante lucro de US$ 7 bilhões no exercício fiscal anterior.
Na mesma base de comparação, a receita teve queda de 5%, de US$ 127,2 bilhões para US$ 120,4 bilhões.
Por segmento, quase todas as divisões da companhia tiveram queda: em sistemas pessoais, de 11% ano/ano, em servidores, storage e redes corporativas, de 9%, em serviços, de 6%, e em impressão, de 5%.
Só as áreas de software e serviços financeiros tiveram aumento de receita anual: 14% a primeira e 1% a segunda.
A CEO da HP, Meg Whitman, atribiu as perdas a um prejuízo fiscal de US$ 8 bilhões, dos quais US$ 5 bilhões decorrem de impropriedades contábeis da desenvolvedora de software Autonomy, comprada em 2011 por US$ 10,2 bilhões.
O restante do prejuízo é atribuído à queda no preço das ações da HP, segundo Meg.
A fusão com a inglesa Autonomy vem sendo um parto para a HP desde o início.
Conforme avaliação divulgada pelo Financial Times em maio deste ano, cerca de nove meses após a compra da companhia pela HP, 25% dos funcionários da britânica especializada em buscas corporativas e gerenciamento do conhecimento já haviam deixado a empresa.
O grupo de saída incluiria muitos desenvolvedores e gestores sênior, e um deles disse ao jornal que “procedimentos internos da multinacional eram o equivalente a um afogamento simulado diário”, fazendo referência à “técnica de interrogatório” usada do Iraque pelo exército americano.
A queixa faz referência a uma suposta cultura “burocrática” e a uma “interminável série de conferece calls e preenchimento de formulários”, detalhou o Financial Times.
O problema do conflito cultural entre as duas empresas veio à tona com a demissão, em maio ado, do fundador da Autonomy, Mike Lynch, em meio a cortes de 27 mil funcionários da HP, quase 8% da força de trabalho.