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HP descontinuará o Helion. Foto: divulgação.
Na metade do ano, a HP já tinha anunciado que estava tirando o pé do acelerador em sua iniciativa de cloud pública, dentro da iniciativa HP Helion. Entretanto, agora a empresa anunciou a data em que puxará o plug e descontinuará a oferta do serviço: 31 de janeiro de 2016.
Com o anúncio, a companhia está saindo de vez da concorrência com outras gigantes do segmento, como AWS, Google e Azure, focando seus esforços em fornecer os servidores e infraestrutura para os players de nuvem pública.
"Como já fizemos anteriormente, vamos expandir as estruturas de nossos clientes, contruindo e rodando os melhores ambientes de nuvem para as suas necessidades, baseados em suas cargas de trabalho, negócios e especificações de mercado", afirmou o executivo de cloud da HP, Bill Hilf, no blog da companhia.
Segundo analistas, a HP não teve o crescimento esperado com sua oferta de nuvem pública, que foi a estratégia da empresa para crescer também na parte de aplicações como serviço. Para os especialistas, o Helion não teve a força para causar uma impressão no segmento, apesar do aquecimento do setor.
Em 2014, a empresa registrou uma queda de 2% em sua receita de cloud em comparação com ano anterior.
Por outro lado, com suas estruturas massivas e "gordura" para queimar em um mercado onde a guerra de preços é alta e as margens, baixas, Amazon, Google, e Microsoft se mantiveram no topo, sem dar muita chance para novas concorrentes, mesmo para empresas grandes como a HP.
A nova manobra da empresa de Meg Whitman será de se alinhar a estes grandes players para conseguir a sua fatia do bolo. O novo foco da companhia será o de fornecer equipamentos e tecnologias para nuvens privadas e híbridas, firmando parcerias com os players da nuvem pública.
Segundo destacou a multinacional em seu anúncio, a empresa já começará essa investida com o lançamento de recursos para que sua plataforma de data center trabalhe de forma alinhada com a nuvem da AWS, uma forma de migrar a sua base existente de clientes sem maiores prejuízos.
O Helion, lançado em 2014, foi composto por uma mistura de servidores HP, o padrão de nuvem aberta OpenStack e rodando em softwares da Eucalyptus, empresa adquirida pela HP no ano ado por cerca de US$ 100 milhões.
Uma escolha ambiciosa da empresa, em busca de se estabelecer como um nome forte neste mercado, foi a escolha do OpenStack como padrão exclusivo para sua plataforma, deixando de lado nomes como VMware, Microsoft e CloudStack.
Segundo analistas, a vontade da HP em marcar presença no mercado cloud foi um erro honesto, visto que a companhia lidera o mercado de servidores para o segmento corporativo.
"Provavelmente parecia (para a HP) uma transição fácil para vender computação em uma nova forma. Na verdade, a escala das grandes nuvens públicas, cada uma delas com mais de um milhão de servidores, é difícil de aprender, e o campo é difícil para novatos", afirmou Steven Nichols, do ZDNet.
De acordo com a assessoria da HP, entretanto, o Helion não acabou completamente, ainda mantendo sua parte de ofertas para nuvem híbrida e privada.
A saída da HP do mercado de cloud pública agora levanta questões sobre outras companhias, como Oracle e IBM, que tinham seus negócios focados em hardware, e também voltaram suas estratégias para a nuvem, com ofertas de aplicações e infraestrutura.
A IBM, por sua vez, ainda está firme em seu plano. No ano ado, a empresa anunciou um investimento de US$ 1,2 bilhão na construção de 15 novos data centers para apoiar sua estrutura global do SoftLayer, oferta de nuvem pública. No mês ado, a Big Blue inaugurou em São Paulo seu primeiro data center na região dedicado ao produto.