ELEIÇÕES 2018

Havan pode ser multada em R$ 100 milhões 3g6g11

Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina afirma que houve coação de empregados. 176l

23 de novembro de 2018 - 07:17
Luciano Hang, durante a campanha eleitoral.

Luciano Hang, durante a campanha eleitoral.

A Lojas Havan pode ser multada em até R$ 100 milhões pelo que o Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina (MPT-SC) pela atuação do seu dono Luciano Hang, durante a campanha eleitoral de 2018.

Segundo o MPT-SC, houve “assédio moral” para interferir nos votos dos funcionários. Hang apoiou ostensivamente a candidatura do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Na ação civil pública, o MPT-SC pede o pagamento de R$ 25 milhões por danos morais coletivos, valor que vai para um fundo, e outros R$ 5 mil para cada um dos 15 mil funcionários da Havan, o que fecha outros R$ 75 milhões.

Luciano Hang tem 2,6 milhões ne seguidores Facebook. O vídeo do cabeçalho da rede social é no momento o fundador da Havan saindo de uma loja rodeado de dezenas de funcionários vestindo camisas verde e amarelas.

Ao longo da campanha, cita o processo, Hang publicou ter feito pesquisas de intenção de voto dentro da empresa, nas quais constatou que 30% dos funcionários votariam em branco ou nulo. 

Os procuradores também citam o trecho do vídeo em que o empresário diz que, se algum candidato de esquerda vencesse as eleições, a Havan “pode um dia fechar as portas e demitir os 15.000 colaboradores que vamos ter no final do ano”.

“A Havan vai repensar o nosso planejamento, talvez a Havan não vai abrir mais lojas, e aí se não abrir mais lojas ou se nos voltarmos para trás, você está preparado para sair da Havan? Está preparado para ganhar a conta na Havan?”, declarou Luciano Hang.

De acordo com a ação civil pública, o proprietário promoveu campanhas políticas em prol do candidato com o envolvimento obrigatório de empregados em "atos cívicos", qualificados pelo MPT-SC como “ostensiva campanha política partidária para a Presidência da República”.

Além disso, os funcionários teriam sido constrangidos a responder, em mais de uma ocasião, enquetes internas promovidas pela Havan em seus terminais de computadores, informando em quem votariam – num momento em que já era conhecida a preferência do dono da empresa.

“Se espera que os agentes econômicos desempenhem suas atividades dentro dos padrões de legalidade, sem desrespeitar direitos fundamentais que são a liberdade de expressão e de pensamento e de escolha política num sistema fundado na democracia representativa”, afirma a ação assinada pelos procuradores do Trabalho Alice Nair Feiber Sonego, Lincoln Roberto Nobrega Cordeiro, Luciano Arlindo Carlesso, Luiz Carlos Rodrigues Ferreira e Sandro Eduardo Sardá.

A Havan e Luciano Hang ainda não se pronunciaram sobre as acusações do MPT-SC.

No início de outubro, Hang já havia sido alvo de uma decisão da Justiça do Trabalho em Florianópolis para que não fizesse mais propaganda política entre seus funcionários, sob pena de pagar R$ 500 mil de multa.

Filho de operários do setor têxtil, Luciano Hang começou a carreira com uma loja de 45 metros quadrados especializada em tecidos importados em Brusque, a 100 quilômetros de Florianópolis, ainda nos anos 80.

Com a abertura econômica no governo Collor, Hang apostou em importados para vender em lojas de R$ 1,99, o que depois evoluiu para um conceito de lojas de departamentos.

Segundo uma reportagem recente da Exame, Hang toca o negócio, com um faturamento divulgado por ele de R$ 7 bilhões, "praticamente sozinho". 

A Havan tem mais de 100 lojas no país, muitas decoradas com uma reprodução da Estátua da Liberdade de 33 metros de altura. Nos últimos meses, o empresário começou a ter um perfil mais público.

A exposição chegou ao máximo durante a campanha eleitoral, quando, além de dezenas de vídeos nas redes sociais, Hang também foi acusado por uma matéria da Folha de São Paulo de bancar disparos de mensagens pelo WhatsApp para Bolsonaro.

Em entrevista com o El Pais, Hang afirmou que a falta de presença do empresariado na vida política do país no ado é o "que levou o país à situação atual". 

"Acho que a falta de entrosamento político da classe empresarial levou o país à situação em que nos encontramos hoje. Houve uma terceirização da política a pessoas de mau caráter, corruptas, comunistas, socialistas e vigaristas", lamenta.

O dono da Havan não acredita que seu envolvimento explícito com um candidato político seja prejudicial aos negócios. "Quanto mais eu falo a verdade, mais eu vendo", afirmou ao El Pais.

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