
Golpe é considerado a segunda fraude mais registrada no Brasil em 2023. Foto: Depositphotos
Criminosos estão invadindo e clonando celulares de vítimas, visando obter senhas de aplicativos e fazer transferências bancárias.
A invasão se dá com uma técnica de phishing, fazendo com que a vítima clique em um link ou um arquivo de foto comprometido.
Dessa forma, criminosos conseguem clonar o aparelho e acompanhar a digitação de senhas, resultando no o da conta bancária da vítima.
No desfecho da ação, as quadrilhas simulam uma ligação de call center do banco da vítima, visando evitar que ela veja avisos de saque que as instituições financeiras enviam por SMS.
Foi exatamente o que parece ter acontecido com Fernando Sanchez Prado, um professor de educação física de Santos, litoral de São Paulo, que perdeu R$ 28,6 mil após criminosos invadirem sua conta.
Prado relatou ao g1 que recebeu uma suposta ligação da Caixa Econômica Federal "falando que tinha Pix provisionados [agendados] para tal pessoa. Eu falei que não e desliguei”, diz o professor.
Após a primeira tentativa, a pessoa retornou a ligação e repetiu a mesma mensagem, a qual Prado afirmou que não tinha nenhum Pix agendado.
Dessa vez, o professor não conseguiu desligar a chamada e entrou no aplicativo do banco durante a ligação.
“Eu não tinha o ao app. Quando a ligação desligou, eu tive o e vi que já tinham tirado tudo da minha conta corrente e da poupança. Aí eu fiquei com uma mão na frente e a outra atrás”, afirma.
Conforme o g1, o professor registrou um boletim de ocorrência e, no dia seguinte, foi até uma agência da Caixa.
No banco, Prado descobriu que o dinheiro da sua poupança sumiu por meio de uma única transferência e que o valor da conta corrente e do cheque especial foram transferidos por Pix para uma conta fantasma.
Prado entrou em contato com agentes do banco para recuperar seu dinheiro. Segundo a Caixa Econômica Federal, como o problema aconteceu no celular dele, a quantia não poderia ser ressarcida.
Atualmente, Prado diz estar em contato com advogados para entrar na Justiça e recuperar seu dinheiro.
“Quando você vai fazer uma compra via Pix ou cartão, se o valor é alto, não deixam fazer, tem que ligar para o banco para pedir autorização. Aí vem um estelionatário bandido, faz o ‘arrastão’ e ninguém fala nada”, declara.
GOLPE EM ALTA
De acordo com Francisco Gomes Junior, advogado especialista em direito digital e presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e Consumidor (ADDP), o novo golpe foi detectado há cerca de oito meses e é considerado a segunda fraude mais registrada no Brasil em 2023.
“Como o golpe é praticado por meio de um software, ele é automatizado, ou seja, os golpistas conseguem praticar a fraude em larga escala. Não é mais um golpe praticado manualmente e em uma conta de cada vez. É um o adiante nos golpes digitais”, afirma Gomes.