
Marcos Pontes, nos seus tempos de astronauta. Foto: NASA.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, teria dito em reunião fechada nesta terça-feira, 27, que o ministro da Ciência e Tecnologia (MCTI) é “burro”.
A crítica aconteceu durante uma reunião com integrantes da comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara que tentam reaver R$ 600 milhões de recursos retirados do ministério liderado por Pontes.
O grupo tinha parlamentares da oposição e situação e as falas de Guedes acabaram na Folha de São Paulo. Guedes aparentemente estava num dia sincero.
Guedes disse que o colega, ex-astronauta, vive no “espaço” e “não entende nada de gestão”. Se for para devolver o dinheiro, Guedes afirma que não negocia com Pontes, apenas com técnicos da pasta.
O ministro da Economia se queixou de uma verba que foi enviada a Pontes para investimento em ciência, mas o dinheiro foi parar em “foguetes”. Nesse momento, usou a palavra “burro” para classificar o gestor.
Guedes não fez apenas comentários sobre Pontes, um integrante com pouca influência no governo Bolsonaro, mas criticou o que considera a má gestão de dinheiro público no país, como um todo.
O ministro também criticou os ministros Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, e Onyx Lorenzoni, do Trabalho e Previdência, como maus utilizadores da verba que lhes é reada.
Outro ministro citado foi Ciro Nogueira, da Casa Civil. Segundo o titular da Economia, quando envia dinheiro para o piauiense, não sabe o destino.
Em determinado ponto, Guedes também teria se perguntado “o que está fazendo” no cargo, uma pergunta que provavelmente já ou pela cabeça de mais de um integrante do governo federal.
Procurado pela Folha, o vice-líder do governo na Câmara, o deputado Evair de Melo, procurou dar uma interpretação positiva para as manifestações de Guedes.
“O Paulo Guedes vai ser cobrado no final de ano pelo todo. Ele está fazendo o papel dele de botar pilha e cobrar dos ministros as execuções financeiras", disse Melo.
Melo disse que as desavenças com ministros são como num time de futebol e buscam motivar, não criticar.
“O Ministério de Ciência e Tecnologia precisa, sim, melhorar a execução financeira e orçamentária. É palavra de motivação, não é nenhuma crítica pontual. Não sei quem te ou, mas o tom do Paulo Guedes não foi esse, não. Foi em tom de motivação. Em momento algum tem tom pejorativo”, garantiu Melo.