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Edgar Rizzatti, diretor executivo médico e técnico do Grupo Fleury. Foto: divulgação.
O Grupo Fleury, empresa brasileira de medicina diagnóstica, adotou a tecnologia da Kunumi, focada no desenvolvimento de soluções customizadas com recursos de inteligência artificial, para auxiliar médicos na triagem e diagnóstico de pacientes com suspeita da Covid-19.
Para isso, devem ser desenvolvidos algoritmos para identificação e comparação de padrões de componentes sanguíneos avaliados em exames de sangue, mais especificamente nos hemogramas.
A amostra virá de uma base de dados de pessoas que realizaram testes para diagnóstico do novo coronavírus nos laboratórios do Grupo Fleury, por meio do método molecular RT-PCR, e que fizeram exame de sangue durante um período de 30 dias antes ou depois do teste.
Dados demográficos, como sexo e idade de pacientes, também serão utilizados. Segundo a empresa, todas as informações serão compartilhadas de forma anônima, respeitando o sigilo da identificação individual dos pacientes.
A partir dos resultados do estudo, o grupo utilizará a ferramenta de inteligência artificial de forma preditiva, apoiando o médico ou profissional de saúde sobre as possibilidades de um paciente estar ou não com a Covid-19.
De acordo com o Grupo Fleury, a ferramenta deverá servir apenas como um apoio no momento do diagnóstico, não substituindo o teste RT-PCR.
“Sabemos que o Brasil é um país continental, muito povoado e tem enfrentado uma série de desafios no combate à pandemia. Por isso, ferramentas como esta podem servir como mais um elemento no conjunto de dados para apoiar a decisão médica”, afirma Edgar Rizzatti, diretor executivo médico e técnico do Grupo Fleury.
Segundo a Kunumi, o resultados preliminares já são animadores e ainda serão validados, com a perspectiva de que um modelo preditivo para a Covid-19 tão simples e disponível como o hemograma possa auxiliar muito no combate à doença.
“Nossa experiência com a utilização de IA para predição da doença de Alzheimer através de exames de sangue será vital para aceleração dos resultados deste projeto. Estamos muito animados com a parceria com o Grupo Fleury, que traz, além de um banco de dados volumoso e confiável, a expertise em saúde e ciência de dados do grupo”, ressalta Daniella Castro, líder de pesquisa e desenvolvimento da Kunumi.
O projeto integra um conjunto de iniciativas no uso de dados e inteligência artificial que o Grupo Fleury tem realizado em resposta à pandemia.
Entre elas, está a Radvid, plataforma capaz de identificar indícios da doença por meio de exames de imagem, como raios-X e tomografias do tórax, a partir de algoritmos e inteligência artificial.
O Grupo também é parceiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no Data Sharing/BR, repositório com dados demográficos e exames clínicos e laboratoriais de pacientes que fizeram testes para Covid-19 em unidades laboratoriais e hospitais do estado.
Com mais de 90 anos de história, o Grupo Fleury possui um portfólio de medicina diagnóstica com cerca de 3,5 mil testes em 37 áreas diferentes.
A empresa realiza uma média de 75 milhões de exames de análise clínica e 5 milhões de exames de diagnóstico por imagem a cada ano.
O grupo istra mais de 250 unidades de atendimento das marcas Fleury Medicina e Saúde, a+ Medicina Diagnóstica, Weinmann Laboratório, Labs a+, Clínica Felippe Mattoso, Diagnoson a+, Serdil, Instituto de Radiologia de Natal, Lafe, C e Inlab.
Já time de fundadores da Kumuni tem a experiência de criar uma série de startups bem sucedidas que acabaram sendo vendidas para grandes grupos desde 2000.
Em 1998, fundaram a Miner, posteriormente vendida ao Uol, do Grupo Folha. Em 2000, criaram a Akwan, precursora no meio de buscas on-line vendida ao Google. Posteriormente, veio a Neemu, adquirida pela Linx em 2015. Dessa trajetória, resultou a Kunumi, criada em 2016.