
Miguel Petrili.
As grandes empresas do país devem incrementar seus investimentos em TI neste ano, apesar da expectativa de recessão na economia.
A previsão é de um estudo com 100 grandes organizações do país apresentado pelo vice presidente executivo da IT Mídia, Miguel Petrili, durante o Mesas de TI do Serprogs em Porto Alegre nesta sexta-feira, 22.
De acordo com os dados apresentados por Petrili, quase um terço das pesquisadas quer aumentar o investimento entre 10% e 20%.
Dos que pretendem pisar mais no acelerador, 6,5% pretendem aumentar o investimento entre 21% e 30% e 9,1% acima de 30%. Um quarto falaram em aumentos em faixas de 1 a 5%, e 6% a 10%.
Outros 15,6% falaram em pelo menos manter os investimentos do ano ado, no qual, aliás, 55,2% executaram o orçamento e outros 36,3% ficaram aquém do previsto, mas transferiram os valores para este ano, o que pode justificar parte dos incrementos.
“As empresas vão seguir investindo em TI. Fornecedores com um bom track record não devem ser prejudicados pela crise econômica”, avalia Petrili.
Os que pretendem fazer algum nível de corte somam 18%. Dentro desse grupo, o maior sub grupo (7,1%) falou em cortes de entre 11% e 25%. O grupo mais radical, com cortes previstos de mais de 50%, totaliza apenas 2,6%.
O estudo também tem pistas sobre como o orçamento pode ser gasto: 50% não há orçamento para inovação definido em TI e a outra metade se divide em faixas entre até 15% e 31% a 50%, sendo o primeiro grupo o maior, com um quarto do total.
Quando o assunto é onde gastar, 79% apontaram mobilidade, 68% segurança da informação e 59% a trinca de sistemas de gestão: ERP, CRM e BI.
A Internet das Coisas mostra potencial de crescimento: 58,5% dos entrevistados disseram que ela ainda requer avaliações adicionais para confirmar o potencial de ganhos. Outros 20% disseram que os os resultados parciais apontam para a confirmação das expectativas.
Uma estratégia pode ser bater nas áreas de negócio: elas detém uma quinta do orçamento em três quartos das empresas.
A mostra da pesquisa da IT Mídia inclui basicamente grandes empresas (mais da metade R$ 1,1 tem bilhão a R$ 3 bilhões, com o restante distribuído em faixas ainda maiores) da área de indústria (42%) situadas no Sudeste do país (71%).
A verdade como do mercado como um todo pode não ser essa. Em outubro do ano ado, a consultoria IT Data fez uma pesquisa com uma base de 800 compradores de TI em empresas com faturamento acima de R$ 100 milhões, apontando uma situação bem diferente.
Nessa mostra, o investimento em TI havia decaído 1% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano ado e sinaliza nova queda para o segundo semestre (ainda não foram divulgados os dados desse período).
O resultado de queda era inédito na série histórica do levantamento, iniciada em 2006. Até 2011, o crescimento ficava em torno de 10%, com a única exceção de 2009, quando, mesmo sob efeito da recessão, os gastos com TI ainda cresceram 2%.