Governo gaúcho ignora Ceitec 435k59

Autoridades de primeira fila do governo do Rio Grande do Sul ignoraram a inauguração do Centro de Design do Ceitec em Porto Alegre na manhã desta sexta-feira, 27.

O ato foi um dos últimos os antes do início da produção de chips na Lomba do Pinheiro, prevista para acontecer até o final do ano. No total, já foram investidos R$ 350 milhões no Ceitec, até agora a única fábrica chips do Brasil. O orçamento para este ano é de R$ 40 milhões.
27 de março de 2009 - 13:43
Governo gaúcho ignora Ceitec
Autoridades de primeira fila do governo do Rio Grande do Sul ignoraram a inauguração do Centro de Design do Ceitec em Porto Alegre na manhã desta sexta-feira, 27.

O ato foi um dos últimos os antes do início da produção de chips na Lomba do Pinheiro, prevista para acontecer até o final do ano. No total, já foram investidos R$ 350 milhões no Ceitec, até agora a única fábrica chips do Brasil. O orçamento para este ano é de R$ 40 milhões.

De acordo com informações da assessoria do Ceitec, a governadora Yeda Crusius cancelou sua presença no último momento. O representante oficial do governo gaúcho no ato foi o presidente da CEEE, Sérgio Camps de Morais. A estatal mantém um contrato especial com o centro, no qual energia elétrica é um fator crítico.

Na agenda disponibilizada no site do governo estadual, o compromisso da manhã da governadora era a abertura da 3ª Conferência Nacional de Primeiras-Damas, na Assembleia Legislativa.

O secretário de Ciência e Tecnologia, Artur Lorentz, esteve em São Luiz Gonzaga, apresentando a Lei de Inovação gaúcha. Esteve presente à cerimônia o diretor Técnico da SCT, Júlio Ferst. Já o secretário de Desenvolvimento, Márcio Biolchi, esteve envolvido em reuniões internas na secretaria.

Se faltaram autoridades gaúchas, as de Brasília compareceram em peso. Entre os destaques estavam a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.

Em setembro do ano ado, foi sancionada a lei que converteu o Ceitec em empresa pública, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o que diminuiu a representatividade do governo estadual no centro, quase totalmente financiado com verbas federais.

“Até pouco tempo, se considerava a vinda de uma fábrica desta área para cá como um investimento do país em semicondutores, como uma ação de transferência de tecnologia. Não é. Transferir tecnologia é construir um centro capaz de gerá-la, de gerar conhecimento para a indústria de produtos baseados em microeletrônica”, destacou Dilma.
 
Rezende destacou a entrada do Brasil no grupo dos países produtores de semicondutores, um produto cujas importações no ano ado somaram R$ 4,04 bilhões.

“Disseram que tínhamos perdido este bonde. Mas não tem perder, o bonde você corre atrás e pega. Com este novo centro, não vamos apenas produzir, mas desenhar processos e aplicá-los. Alcançamos um patamar acima nesta área”, ressaltou o ministro de Ciência e Tecnologia.

Rumo ao Vale
Eduard Rudolf Weichselbaumer, o executivo que assumiu a presidência do Ceitec nesta sexta-feira, 27, revelou tem planos audaciosos para a internacionalização do empreendimento.

Ele quer fomentar as exportações da empresa, quando possível, por meio de parcerias com indústrias estrangeiras, também pensa na instalação de uma filial no Vale do Silício.

Weichselbaumer pretende multiplicar por três a quantidade de engenheiros do Ceitec, atingindo 120 profissionais.

Comentário no Quentinhas
A ausência de representantes do governo do estado no evento do Ceitec foi motivo de comentário no blog Quentinhas do editor do Baguete, Maurício Renner. Confira a opinião do jornalista pelo link relacionado abaixo.