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Funcionários da Gerdau. Foto: Gerdau.
A Gerdau adotou um sistema da General Eletric para manutenção preventiva de 1 mil equipamentos em 11 unidades do grupo siderúrgico brasileiro.
Definido em uma nota da Gerdau como “uma iniciativa inédita no mercado global de aço”, o projeto permitirá apontar precocemente falhas em equipamentos, realizar análises e trazer insights sobre o estado das máquinas e processos de logística.
A Gerdau não entra em detalhes técnicos, mas muito provavelmente se trata de uma combinação de sensores instalados nas máquinas, com software analíticos interpretando os dados em tempo real.
A companhia está investimento em se capacitar na nova tecnologia. Das 1 mil máquinas, 600 serão incluídas no sistema pela GE e as demais pela Gerdau, que receberá capacitação para a implementação do sistema.
O projeto com a GE faz parte da iniciativa Usina Digital, ação por meio da qual se avalia as operações das usinas de modo a encontrar soluções tecnológicas que contribuam para aumentar a competitividade, garantir redução de custos e ganho de eficiência.
Com a aposta, que teve início no final de 2015, a Gerdau já registra retorno anual de R$ 15 milhões em suas unidades.
Além das máquinas, a Gerdau está investindo em mudar processos como a carga e descarga nas usinas, agendado por meio de um aplicativo. Outro app faz o checklist do status do motorista em relação a treinamento e inspeções no veículo.
"Como resultado, aumentamos o número de viagens dos motoristas, que antes da implantação do sistema era apenas uma por dia, e aram de dois a três diariamente", destaca Rodrigo Belloc, diretor de operações da Gerdau.
Outra aposta da empresa foi a utilização de smartphones com aplicativos customizados para a condução dos processos de cadeia de produção, aumentando a eficiência e reduzindo o tempo de trabalho dos operadores, que antes era feito manualmente.
"A implantação dos smartphones para a classificação de sucata, por exemplo, teve otimização de três minutos em cada ciclo, o que resultou na redução de 93 horas por mês", explica Belloc.
A utilização de drones para monitoramento e inspeção de operações é outra iniciativa relacionado ao projeto Usina Digital.
Os equipamentos sobrevoam plantas de tratamento, áreas de transporte de material, áreas de abastecimento, estoques de minérios e áreas istrativas, e cuida das drenagens das águas pluviais que se direcionam para os rios.
Até o momento, a Usina Digital já foi implementada na maior parte das unidades da Gerdau do Brasil, incluindo Mineração, e tem expansão em andamento nas usinas de Minas Gerais. Na América do Norte, o projeto foi executado na cidade de Whitby, no Canadá.
O projeto Usina Digital mostra que a Gerdau ainda consegue inovar o seu negócio, apesar dos cortes feitos nos últimos anos na sua área de TI como uma resposta ao impacto da crise econômica.
Desde 2014, a empresa fez dezenas de demissões no seu time de TI, em cortes relatados com exclusividade pelo Baguete e confirmados pela empresa.
A Gerdau não abre os números exatos, mas a estimativa da reportagem do site é de dois terços do total, que girava em torno de 200 pessoas.
Neste ano, a empresa também encerrou a área de Inovação e Gestão, baseada na sede da empresa, em Porto Alegre.
Em uma conferência com investidores em agosto do ano ado, André Gerdau Johannpeter, diretor-presidente da companhia, destacou a "modernização da cultura da empresa", com a diminuição da centralização e renovação das lideranças.
No ano ado, o próprio Johannpeter fez a abertura de um dia dedicado ao método de trabalho ágil para funcionários de todos os segmentos da empresa.
O projeto Usina Digital parece mostrar que a Gerdau está entrando em uma nova fase.
No ado, a empresa tocava grandes projetos como a expansão do sistema de gestão da SAP, envolvendo centenas de recursos ao longo de anos.
Agora, a meta parece ser gerar impacto nos negócios de forma rápida, apostando em projetos pontuais.