
Especialistas do Gartner estão sempre de olho no que vem por aí. Foto: Pixabay.
Quem nunca acordou no meio da noite angustiado pensando em quais seriam as 10 principais tendências para Infraestrutura e Operações em 2019? Acontece muito nessa época do ano.
Pensando nessas pessoas (e também em outras com um interesse mais saudável no tema), os oráculos do Gartner acabam de apresentar uma lista das principais tendências para infraestrutura digital no ano que se aproxima.
Vamos a elas, sem maiores delongas.
Computação sem servidor - A computação sem servidor (serverless, em inglês) é um padrão emergente de arquitetura de software que promete eliminar a necessidade local de provisionamento e gerenciamento de infraestrutura.
Os líderes de infraestrutura e operações precisam começar a adotar uma abordagem centrada em aplicações para computação sem servidores e com gerenciamento de APIs e SLAs, ao invés de seguirem com infraestruturas físicas criadas em suas empresas.
Quem gosta de seus servidores, no entanto, pode ficar tranquilo:
"A verdade é que os servidores continuarão a existir, mas os provedores de serviços é que serão os responsáveis por toda a análise e dimensionamento dos recursos envolvidos no ambiente, o que resultará em mais agilidade às organizações", explica Ross Winser, Diretor de Pesquisa Sênior do Gartner..
Vale lembrar que esse tipo de tecnologia não substituirá a aplicação de contêineres ou máquinas virtuais, sendo fundamental saber como usar melhor o conceito sem servidor antes de aplicá-lo.
De acordo com o Gartner, 20% das organizações globais implementarão tecnologias de computação sem servidor até 2020, quatro vezes mais do que a porcentagem registrada hoje.
Impactos de Inteligência Artificial - A Inteligência Artificial está crescendo em importância para os líderes de infraestrutura e operações que precisam gerenciar infraestruturas em plena expansão e que, ao mesmo tempo, não podem aumentar sua equipe.
Os recursos de inteligência artificial têm o potencial de transformar as organizações e estão no centro dos negócios digitais, cujos impactos já são sentidos pelas companhias. De acordo com a Gartner, os negócios derivados de Inteligência Artificial chegarão a US$ 3,9 trilhões até 2022.
Garantir agilidade de rede - A infraestrutura e a capacidade de rede são a base de tudo o que a área de TI faz - soluções em Nuvem, Internet das Coisas (IoT) e serviços de ponta, por exemplo, sendo que continuarão avançando em 2019.
"As equipes estão sob constante pressão para garantir a alta disponibilidade de rede. Ainda que a cultura das equipes muitas vezes limite as mudanças, o fato é que a demanda por agilidade na performance dessas operações também aumentou", diz Winser.
O foco dos líderes de I&O para 2019 e nos próximos anos deve ser o de encontrar formas para ajudar suas equipes a aumentarem o ritmo de trabalho, buscando opções para atender à necessidade por mais agilidade. "Parte dessa resposta é a criação de um ambiente com automação e análise, capaz de lidar com a mudança real das empresas", explica.
O Gartner avalia que as demandas por melhorias de perfomance de rede deverão crescer com o advento do 5G, da maturidade das soluções em Nuvem e com a explosão no número de dispositivos de IoT.
A Morte do Data Center - O Gartner prevê que, em 2025, 80% das organizações migrarão seus dados de Data Centers locais para ambientes no formato de co-location, hospedagem ou Nuvem, levando-as ao gradual encerramento de seus Data Centers tradicionais.
"Os líderes devem identificar se existem razões verdadeiramente estratégicas para persistir com necessidades locais, especialmente quando consideram que a quantidade significativa de investimento envolvida é muitas vezes amortizada ao longo de muitos anos", afirma o analista. As preparações devem começar agora, pois o prazo crítico para isso será de 2021 a 2025.
Edge Computing - O avanço de dispositivos de Internet das Coisas e de tecnologias imersivas levarão o processamento de informações para a borda das redes, redefinindo e reformulando o que os líderes de I&O precisarão implantar e gerenciar.
A borda, nesse caso, é o local físico onde as coisas e as pessoas se conectarão com o mundo digital em rede - espaço que fará a infraestrutura a chegar cada vez mais ao seu limite.
A Edge Computing faz parte de uma topologia de computação distribuída em que o processamento de informações está localizado próximo à borda, que é onde as coisas e as pessoas produzem ou consomem essas informações.
Edge Computing aborda as leis da física, economia e terra, que são fatores que contribuem para como e quando usar borda. "Essa é outra tendência que não substitui a Nuvem, mas a potencializa", diz Winser. "O prazo crítico para as organizações adotarem essa tendência é entre 2020 e 2023".
Gestão de Diversidade Digital - A gestão da diversidade digital não é sobre pessoas, mas sim sobre a descoberta e manutenção de ativos que estão "lá fora" em qualquer empresa digital moderna.
"Houve um enorme crescimento na variedade e na quantidade de 'coisas' que a área de I&O deve conhecer, apoiar e istrar", afirma o diretor.
Preparar a área de I&O para esse cenário é vital antes do período crítico, que deverá ser de 2020 a 2025.
Novos papéis de I&O - Os líderes de infraestrutura e operações consideram que a justificativa principal de seus times se baseia na resolução de complexas relações de custos, atividades e expectativas de qualidade de seus clientes internos.
Porém, o fato é que explicar para os gestores de TI e de negócios qual são os papeis da equipe de I&O para o sucesso dos negócios e dos objetivos estratégicos das organizações é uma grande necessidade das empresas atuais.
"Um grande desafio com serviços baseados em cloud computing é manter os custos sob controle, e a empresa espera que a área de I&O faça exatamente isso. Em vez de se concentrar apenas em engenharia e operações, o planejamento de infraestrutura deveria desenvolver os recursos necessários para intermediar serviços", diz Winser.
O prazo crítico para esta tendência começa imediatamente, agora em 2019.
Software como Serviço (SaaS) - Em 2019, SaaS terá um grande impacto em como as organizações observam as estratégias de entrega de infraestrutura que estão em andamento.
No entanto, a verdade é que a maioria dos líderes de I&O ainda está focada nas ofertas de infraestrutura e plataforma como soluções de serviços.
"O modelo SaaS em si está se tornando complexo em um nível que as áreas de TI ainda não estão preparadas como deveriam. A mudança para SaaS deve ser acompanhada pela equipe de I&O, desde a manutenção da visibilidade do que está em uso até o e aos requisitos de conformidade e às necessidades de integração da empresa”, afirma Winser.
A pressão aumentará em 2021 e nos anos seguintes.
Gestão de talentos se torna crítica - À medida que as infraestruturas se tornam mais digitais é necessário que as pessoas trabalhem horizontalmente entre essas aplicações para identificar e remediar qualquer tipo de interrupção tecnológica que possam acontecer em seus negócios. A expansão de conjuntos de habilidades de I&O para acomodar operações híbridas é de extrema importância para os próximos anos.
Ativação de Infraestrutura Global - Apesar de poucas infraestruturas serem realmente "globais" por natureza, as organizações ainda precisam se preparar para a noção de "infraestrutura em todos os lugares".
Ao fazer isso, os líderes de I&O devem trabalhar dentro de orçamentos s e diante de pressões para redução de custo. Uma maneira de enfrentar esse desafio é escolher sabiamente a rede de parceiros necessária para o sucesso global.
Os líderes de infraestrutura e operações devem olhar com atenção para seus fornecedores e elevar o nível de parceria", diz o especialista. O Gartner recomenda que os líderes analisem se os parceiros podem identificar claramente o valor que precisam geram no contexto da infraestrutura global e se eles estão preparados para potencializar os investimentos feitos por suas companhias. "Não haverá tempo para fornecedores do 'tipo B' em 2019 e nos próximos anos. Os líderes de I&O ficar de olho nessa tendência entre 2020 e 2023".