
Nycholas Szucko, country manager da FireEye no Brasil. Foto: Divulgação.
A FireEye, focada em soluções de segurança contra ataques avançados, fechou 2014 com aproximadamente 50 clientes no Brasil.
O número significa uma certa demora em decolar. Ao abrir as portas por aqui, em 2012, a multinacional havia estabelecido a cifra como a meta para 2013.
“O mercado ainda não estava maduro. Tivemos que ar praticamente um ano focados em eventos, visitas, provas de valor e demonstrações”, relata Nycholas Szucko, country manager da empresa no Brasil.
De qualquer maneira, a companhia acredita que agora está pronta para decolar e projeta dobrar o número, atingido 100 clientes até o final do ano.
Além do crescimento no número de clientes, a empresa tem como meta aumentar o tíquete médio dos contratos, mirando em empresas maiores.
Hoje a empresa atende setores como o financeiro, de mineração, petróleo e pesquisa, além de companhias com ações abertas na bolsa de valores. Entre os nomes estão Santander, Cielo, Amil e Mercado Livre.
“Além disso, tivemos dois projetos de governo em Brasília no ano ado, e acreditamos que ganhando contas do governo, se ganha o mercado”, afirma Szuko.
Há cerca de um ano, a Westcon ou a ser uma distribuidora da empresa no Brasil, se juntando à Network1, primeira selecionada pela FireEye.
Além isso, a empresa conquistou 30 parceiras, que atendem todos os estados do Brasil. Entre elas estão a gaúcha TechChannel, a Compugraf, de São Paulo; a EZ-Security, que tem filiais em São Paulo e no Rio de Janeiro; e a Tempest, presente em São Paulo e Recife.
Para 2015, o plano da companhia capacitar os canais e manter o número de parceiros como está.
“Depois de reavaliar a situação do país, estamos entrando com muito mais força no mercado a partir deste ano, com uma estrutura maior”, destaca Vitor Souza, vice-presidente global de comunicação da FireEye, executivo brasileiro que mora nos Estados Unidos e chegou a FireEye em 2013.
No Brasil, o time da empresa ou de duas pessoas no início de 2013 para 10 atualmente.
“O Brasil é um país muito importante para a FireEye, então será feito um investimento em aumento de equipe ao longo do ano. A equipe do Japão, por exemplo, ou de 13 para 80 pessoas em um ano. Não sei se a mesma proporção vai acontecer no Brasil, mas com certeza em um ano o time estará muito maior”, relata Souza.
A empresa acredita que, ao longo desse ano, o país deve enfrentar algum ataque de grandes proporções.
“Casos de invasões já aconteceram no Brasil, mas o país não tem leis que obriguem a divulgação dos casos. Empresas como Target e JP Morgan, que tiveram casos graves, tiveram que expor a situação porque nos Estados Unidos quem não reporta um ataque paga multas absurdas”, declara Souza.
Para ele, muitos brasileiros têm a visão de que esse tipo de ataque não acontece por aqui.
“Quando visitei países como a Alemanha há cerca de um ano, a visão lá era parecida essa, mas hoje as empresas alemãs estão investindo muito nessa proteção direcionada, pois viram que era um olhar equivocado”, diz Souza.
A FireEye tem presença em todos os países da América Latina, tendo Chile e Colômbia como os principais mercados. Segundo os executivos, os dois países se destacaram pela adoção rápida das soluções da empresa pelos governos locais.
O foco da FireEye são soluções para proteção de ataques direcionados e personalizados vindos por e-mail, web, mobile e arquivos. A empresa conta com mais de 2,4 mil funcionários e cerca de 3 mil clientes.
No ano ado, a companhia comprou a Mandiant, especializada em forense computacional, por um valor total de US$ 1,05 bilhão em dinheiro e ações. A FireEye fechou 2014 com um faturamento de US$ 450 milhões.