
O Facebook participa dos desfiles de orgulho LGBT. Foto: lev radin/Shutterstock.com.
Apesar de mais de 26 milhões de pessoas terem utilizado a ferramenta do Facebook para colorir a foto de perfil na sexta-feira, 26, o número representa apenas 1,8% dos usuários globais da rede.
A ação surgiu para celebrar e demostrar apoio à decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que legalizou na última semana o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todos os estados do país.
Segundo o Facebook, o filtro foi desenvolvido por dois estagiários durante um hackathon interno da empresa. A ferramenta ficou tão popular internamente que houve um interesse em lançá-la para o público.
O time trabalhou durante alguns dias para lançar a experiência antes do final de semana global do orgulho LGBT (pride weekend) e coincidiu com a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos.
Apesar de ser vista como uma ação de celebração, o The Atlantic publicou uma matéria levantando suspeitas sobre uma possível pesquisa do Facebook atrelada às mudanças de foto.
Em outras ocasiões, os cientistas de dados do Facebook receberam críticas por realização de experiências a partir de dados dos usuários, rastreando seu humor e comportamento eleitoral, por exemplo.
Em março de 2013, um cientista de dados do Facebook e um estudante da Bogdan State analisaram fatores que precederam o apoio à a legalização de uniões entre pessoas do mesmo sexo, a partir de uma campanha realizada na época.
Eles analisaram fatores que contribuíram para uma pessoa mudar a sua foto de perfil para o símbolo da campanha (o sinal matemático de igualdade em vermelho e branco).
O que também estava em jogo com o estudo era a análise sobre a possibilidade das pessoas de se organizarem online e como ações coletivas afetam os movimentos sociais.
Segundo o Atlantic, um porta-voz do Facebook afirmou que a atividade de fotos coloridas não é parte de uma experiência que envolve mexer com o que os usuários do Facebook veem em sua timeline. Isso torna o movimento diferente de outras pesquisas da rede social, que se tornaram polêmicas.
Mesmo que o “Celebrate Pride” não seja pensado como um estudo, os cientistas do Facebook ainda podem recuperar dados do usuário no futuro para testar teorias.
É possível comparar, por exemplo, os números de adoção do filtro atual em com a quantidade de pessoas que utilizou a imagem da campanha por igualdade em 2013, o que pode demostrar o avanço da discussão nos últimos anos.
A ideia do Atlantic é lembrar que mesmo pequenas ações, como cliques de curtir e mudanças de fotos do perfil, estão sendo monitoradas e analisadas. Para a publicação, o Facebook pode ajudar a verificar o efeito que pessoas que se posicionam na rede social causam em sua rede de contatos.